MAQUIÁVEL- O PRINCIPE

“Mais importante do que ser é parecer ser. Não é necessário ter todas as qualidades, mas é indispensável parecer tê-las”. (MAQUIÁVEL-O PRÍNCIPE)

A exposição das idéias de Maquiável aconteceu em um período da História, onde o povo europeu era submetido a um regime de total obediência aos governantes. Os reis tudo podia, enquanto que o restante da população ficava com “as sobras”. Tudo isso, obviamente trazia transtornos aos governantes, pois a insatisfação reinante tornava o povo propenso às revoltas.

Assim, os conselhos dados ao “príncipe,” versavam sobre princípios a serem seguidos por ele para se manter indefinidamente no poder. A verdade e a justiça pouca significação teria, entretanto as ações governamentais deveriam parecer boas aos olhos dos governados, mesmo que no final das contas resultasse em malefício. Para isso, as atitudes impopulares deveriam ser administradas de uma só vez, e aquelas que trouxessem alegria, passadas para o povo paulatinamente. Conforme, o autor, aquilo que é repetido várias vezes, mesmo de efeito efêmero é fixado pelo povo, enquanto que medidas passadas em um único momento são rapidamente esquecidas.

Hitler e Mussolini basearam seus governos nas idéias de Maquiável e foram amados pelos seus povos. Idéias simplistas e aparentemente necessárias, que mexiam com orgulho nacional. Apoiados por uma propaganda que enaltecia as qualidades governamentais e escondia pontos negativos da administração pública. As dificuldades e erros administrativos eram atribuídos a ação “nefasta” de grupos minoritários, principalmente de origem judaica. Também, Stálin na União soviética entre outros tantos, adotou preceitos maquiavélicos. Tal “práxis” se arrasta até hoje, independente se o governo é de direita ou esquerda.

Essa filosofia política seria impraticável em um país onde as leis fossem realizadas e executadas pelo próprio povo, com total transparência das ações de Estado. Infortunadamente, ainda não se conseguiu implantar um regime democrático pleno. Percebe-se claramente, que mesmo nos regimes liberais, de democracia representativa, governantes adotando posturas semelhantes aquelas propostas por Maquiável. Talvez porque, a sede de poder, ainda seja um traço dominante da personalidade humana. Daí, a participação popular, tendo o controle efetivo do Estado, torna-se fundamental para que a eficiência aconteça independente de quem esteja no poder.

João da Cruz
Enviado por João da Cruz em 19/07/2012
Reeditado em 19/07/2012
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