UM GRANDE ELEFANTE INVISIVEL

UM GRANDE ELEFANTE INVISÍVEL.

Este poderia ser o nome pelo qual seria conhecido o maior Movimento de Jovens que a humanidade já tomou conhecimento, mas que no Brasil teima em ser invisível. Invisível pela mentalidade tacanha dos que fazem parte deste Movimento. Homens e mulheres que esqueceram o cerne da questão: por que fazem escotismo!

Estou falando do Movimento Escoteiro. O maior Movimento de Jovens que o mundo já tomou conhecimento e o mais longevo. No mundo tem vários milhões de participantes, chegando a ter em alguns países algo em torno de 3% de sua população envolvida de alguma forma com esta fantástica escola de cidadania. Vejam bem: 3% de uma população de 180.000.000 de brasileiros dariam algo como 5.000.000 de pessoas envolvidas de alguma forma com o Movimento Escoteiro! Cinco milhões! Temos, pasmem! Menos de 100.000!

O Movimento Escoteiro aportou em nossa Pátria no ano de 1910, ou seja, há 103 anos, portanto tem história para contar. E qual a história temos para contar? Algumas poucas vitórias e muitas derrotas fragorosas. Ou querem derrota maior do que a de não ser intrinsecamente atraente para seu principal público: o jovem! O Movimento Escoteiro é atraente, é instigante, é a forma mais politicamente correta de educar a mocidade. Então porque não passamos dos míseros 100.000??? Porque ficamos olhando para a ponta do sapato e perguntando: por que pisamos aqui ou ali? E não tentamos o outro passo.

Nada é mais dolorido para um Chefe Escoteiro do que ser tratado como Jurássico, principalmente se levarmos em conta que o fundador Sir Robert Stephson Smith Baden Powel, quando teve a grande idéia já tinha 50 anos de idade. Já acumulava alguns calos de maturidade e tinha muita experiência para apresentar. O saber é algo que só se acumula com os anos vividos. Enquanto os Chefes Escoteiros brasileiros não entenderem este princípio do aprendizado. Enquanto relegarem ao segundo plano os “Velhos Lobos”, vendo apenas na juventude a resposta a seus anseios, dificilmente chegaremos a um Escotismo como o da Indonésia.

Com o advento da modernidade parece que os valores inerentes de Honra, Lealdade, Amizade, Bondade, Cortesia, Obediência e Disciplina, Alegria, Respeito ao bem do outro e Retidão de caráter, pedras angulares da Lei Escoteira, tão bem delineada pelo fundador, perderam seu valor na sociedade... Mas é justamente aí, quando tudo parece estar perdido, quando os valores de uma sociedade sadia e justa parece ter-se esvaído, que nós Escoteiros somos mais necessários! É justamente quando a sociedade está adoecida que se necessita de remédios eficazes!

Em qualquer país evoluído e civilizado ninguém, em sã consciência perguntaria: Escoteiro? O que é isto? Ainda existem? Estas são perguntas comuns em nosso Estado, nosso amado Pernambuco. Muito embora existamos desde 1917, e tenhamos em nossa história momentos marcantes, onde ser escoteiro era sinônimo de ser uma pessoa do bem. Ainda somos pessoas do bem, mas infelizmente nos tornamos invisíveis, como se fossemos uma sociedade secreta.

Por isto é chegada a hora de pintarmos este imenso elefante invisível, para assim sermos vistos e conhecidos por todos aqueles que ainda acreditam no futuro e que vêem na juventude o caminho seguro de uma Pátria forte e soberana.

Sou Escoteiro apenas por não saber ser de outra forma. É de minha natureza ser do bem!

Fernando Barbalho de Melo – IM

Chefe de Grupo do Grupo Escoteiro Independente Marechal Rondon