Sailor Moon contra o Circo da Morte

SAILOR MOON CONTRA O CIRCO DA MORTE
Miguel Carqueija

Resenha do volume 9 do mangá “Pretty guardian Sailor Moon” (A linda guardiã Sailor Moon). Autora: Naoko Takeushi. Edição: Kodansha (Tokyo, Japão, 2004); Editora JBC, São Paulo, Brasil, 2014 (originalmente “Sailor Moon” saiu no Japão entre 1992 e 1997). Tradução: Arnaldo Massato Oka.

“Eu tenho o mesmo cristal de prata e uso a mesma arma. Mas não consigo usar essa força sem estar ao lado da Sailor Moon.”
(Chibiusa)

Circo Dead Moon! Não imagino o que estejam aprontando mas precisamos fazer algo, começando por desvendar a verdadeira identidade deles! E defender as pessoas da cidade! Precisamos expulsá-los desta cidade o mais rápido possível!”
(Sailor Marte)

“Por favor, derrote o inimigo com o poder do cristal de prata.”
(Hélios)

“Nem precisa me pedir, eu vou derrotá-lo!”
(Sailor Moon)

“Deixe-me ficar perto de você. Deixe-me dizer que estaremos juntos para superar este momento difícil! Eu prometo proteger este planeta, todas as pessoas e você...”
(Sailor Moon para Mamoru Chiba)


A carga emotiva do mangá “Sailor Moon” é muito elevada e perpassa todos os volumes. Uma das principais características de Usagi Tsukino é o seu aguçado senso de proteção, que se estende não só às pessoas e animais a quem ela ama, mas a todo o planeta.
Uma sucessão de acontecimentos tenebrosos e ligados ao remotíssimo passado acompanha o renascer da Princesa da Lua Branca e suas guerreiras Vênus, Júpiter, Marte e Mercúrio. No quarto arco do mangá — como no quarto do animê — um mal existente desde tempos imemoriais assombra a Terra. Um reino sombrio, “Dead Moon” (Lua da Morte), que há muitos milênios foi encapsulado nas sombras da lua nova, no mundo por trás do espelho (a lua nova, como se sabe, não existe fisicamente). A sinistra Rainha Neherenia, que no passado combateu sem êxito o Reino da Lua Branca, aproveitando-se do desaparecimento desse reino e no momento propício enviou à Terra o seu Circo da Morte, comandado por Zircônia e com vários agentes além dos fantasmagóricos lêmures, para manipular as pessoas através da invasão dos seus sonhos. O guardião do centro da Terra, Hélios (que às vezes se apresenta na forma de um pégaso, isto é, um unicórnio alado), tenta ajudar Sailor Moon e Mamoru Chiba (este, gravemente atingido) a bloquear a invasão metafísica.
A batalha é dura e a certa altura as sailors do Sistema Solar Exterior, Urano, Netuno, Plutão e Saturno, que estavam afastadas, são chamadas a intervir. Aliás, Naoko Takeushi agiu bem em manter essas quatro fora da equipe de Sailor Moon, tendo em vista a extravagância e até uma certa antipatia que elas passam. Basta lembrar que Sailor Plutão, na primeira vez em que viu Sailor Moon, tentou matá-la, acusando-a de querer violar o portal do tempo (o mesmo portal que depois ela abandonou ao léu...). E a Sailor Moon, de tão bondosa, esqueceu...
Dessas quatro “sailors exteriores” a mais simpática é a que menos aparece, ou seja, a Sailor Saturno.
Este volume 9 é agraciado com a comovente cena de amor entre Sailor Moon e Mamoru Chiba, quando este se encontra em crise de baixa estima — e por crise semelhante passam Chibiusa e as demais sailors. É um momento de transição, em que todas começam a ganhar novos poderes, necessários para enfrentar o que virá.

imagem da franquia: a surreal transformação de Usagi Tsukino na guerreira Sailor Moon.