WITCH MANGÁ, volume 1: a formação do grupo

WITCH MANGÁ, volume 1: a formação do grupo
Miguel Carqueija

Garotas mágicas formando um grupo (principalmente quinteto) viraram coqueluche a partir de Sailor Moon, criada no Japão por Naoko Takeushi nos anos 90. “Witch” (bruxa) tornou-se uma série de grande sucesso, mas curiosamente surgiu na Itália como um “fumetti” (HQ italiana), criada por Elizabetta Gnone em 2001. Mas a série acabou sendo comprada pela editora japonesa Kodansha, que a redesenhou — conforme explicado no volume ora comentado.
Cinco garotas que estudam no mesmo local (Instituto Sheffield, cidade de Heatherfield) são convocadas para algo como salvar o mundo: Will, Irma, Taranee, Cornelia e Hay Lin, cujas iniciais formam “witch”, bruxa. E quem as convoca é um monge careca com jeito budista ou tibetano, aparentemente de outro mundo, Kandrakar; pois há um grande perigo ameaçando a Terra.
Não há muita consistência no argumento, mas o enredo é interessante e aliciante, além de complexo e muito elaborado. As garotas têm entre 13 e 14 anos e possuem diversos biotipos. No começo elas de nada sabem mas os inimigos já andam em volta. Há porém, como em “Harry Potter” uma grande ausência em se tratando de uma saga que aborda poderes sobrenaturais: Deus e a religião. A cosmogonia de “Witch”, conforme explicada pela avó de Hay Lin, fala até do que parece ter sido o início do universo, mas nada parecido com o que a Ciência ensina. É uma explicação esdrúxula e de todo inconvincente. Melhor não levá-la a sério e acompanhar as aventuras das garotas, que despertam interesse.


Resenha do volume 1 do mangá “Witch” (ou W.I.T.C.H.), de Haruko Iida. On line Editora, Disney Mangá, Instituto Brasileiro de Cultura Ltda. (IBC), São Paulo-SP, sem data. Tradução: Stefania Du Pont.

“Ultimamente estão acontecendo muitas coisas estranhas! Talvez devesse contar a alguém. Ou seria melhor ficar calada...”
(Irma)

“Will é uma garota que faz de tudo pelos outros, não acham?”
(Taranee)

“Neste momento tudo me parece sem sentido, mas... quero tentar fazer alguma coisa, não importa o que. Tentar aos poucos, aceitar tudo isso... sim, alguma coisa... quero tentar.”
(Will)


“Witch” vai aos poucos engrenando até que a gente se apaixona pela história. Felizmente as cinco heroínas são dignas e simpáticas. Conforme a curiosa avó de olhos fechados (de tão repuxados) de Hay Lin explica, quatro delas possuem os poderes dos quatro elementos. Taranee, o fogo; Irma, a água; Cornelia, a terra; Hay Lin, o vento; quanto à Will, por ser o “núcleo central” não tem um elemento; ela é a catalisadora, como Sailor Moon. Mas existe uma sexta pessoa, Elyon, a garota que, segundo o guru, “trairá as outras cinco”, o que se traduz numa armadilha mas que não resulta, pois as três bruxas atraídas — Will, Irma e Hay Lin — se saem bem no combate. Elyon desaparece e também outro aluno, Andrew Hornby. No fim, as cinco heroínas estão bem caracterizadas e definidas, numa trama notável pela profundidade que aparenta e pela amizade leal que une as protagonistas.

Rio de Janeiro, 21 a 27 de junho de 2019.