Análise crítica da websérie Fica Comigo, do canal Meu Sobrenome é Vida

A websérie Fica Comigo, do canal do YouTube Meu Sobrenome é Vida, nessa quarta-feira, 15/07/2020 estreará a 2º temporada. Por hora, analisaremos a 1º temporada.

A websérie conta a história de Guilherme (Piter Henrique), ou Gui, como prefere ser chamado, um adolescente que perdeu os pais muito cedo e vive com Silvia (Joelma Marcolino), sua irmã mais velha. Guilherme descobre sentimentos nunca vividos e percebe que tem uma orientação sexual diferente de seus amigos, mas Silvia, que é muito retrógada, antiquada e religiosa, logo dá um jeito de cercear toda a liberdade do garoto e toma decisões pessoais por ele, o levando quase à força para terapia com um psicólogo (Ivan Perea), que recomenda terapias ocupacionais nas aulas de teatro. Guilherme, um pouco hesitante, aceita com incentivo de Silvia. Lá, ele conhece Caio (Matheus Accorsi), um colega que também está procurando um meio de ocupar a cabeça, com quem Gui se apaixona desde a primeira vez que o vê. No entanto, há vários conflitos, desde sua namorada Letícia (Stepnahie Leite) que de certa forma tenta interferir que o casal gay seja feliz.

A história de Gui é bem real e foi muito bem trabalhada, abordando como adolescentes gays que não têm estruturas financeira e psicológica sofrem quando familiares, nesse caso, a irmã Silvia, não os aceitam e preferem ligar para a opinião alheia. São 8 episódios na primeira temporada, com alguns furos no roteiro, como por exemplo o personagem do Tiago Pinheiro, que é recepcionista na clínica de terapia do psicólogo vivido por Ivan Perea, e do nada aparece dizendo que tem um irmão gêmeo. Eles, o psicólogo e o recepcionista escondem um segredo que ficou apenas em bons ganchos sem ser revelado. Pode ser que o segredo deles seja revelado num grande plot na 2º temporada. Uma das últimas cenas do 8º episódio mostra Silvia sacando um revólver no meio da rua e a tela fica escura, ouve-se um tiro como se ela tivesse se matado ou atirado em alguém.

Nessa cena aí há um suspense gratuito, assim como a cena do primeiro beijo entre Gui e Caio, no primeiro episódio. Pareceu uma situação bem forçada. As cenas que o personagem de Tiago Pinheiro tenta um relacionamento com Mari (Kelen Melo) soam quase como desnecessárias, de tão superficiais que são. No mais, a produção da Home 21 tem boa fotografia, boa edição e uma boa direção do Adão Mota, o que deixou a história bem ágil, a duração dos episódios (entre 10 e 15 minutos) também é interessante, e o roteiro do Emerson Ghaspar é bem construído, com personagens bem amarrados. Só precisa melhorar as atuações. Espera-se que essas falhas sejam corrigidas na 2ª temporada, há um ano aguardada pelos fãs das produções do canal.

Patrick Sousa
Enviado por Patrick Sousa em 14/07/2020
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