Mercyful Fate - Dead Again

Falar de Mercyful Fate, em especial do mestre, do homem e do mito King Diamond é algo que pode ser repercutido de várias formas. No meio de toda a ascensão da NWOBHM com bandas como Iron Maiden, Saxon e Judas Priest fazendo sucesso absoluto, pode-se dizer, houve uma grande levada para o metal explorado de forma mais “macabra” e pesada. E essa levada, pode-se dizer, foi “criada” e difundida através de dois nomes: Venom e Mercyful Fate, ao qual iremos falar um pouquinho hoje.

Em 1983 o Mercyful Fate lançava aquele álbum que seria o estopim do metal usado de forma macabra, era lançado “Melissa”, sendo o nome vindo de uma boneca que eles usavam nos shows para figurar em meio a todo o cenário macabro e a soberba atuação de King Diamond nos palcos, lembrando até o mito Alice Cooper.

Após uns desentendimentos entre o guitarrista Shermann (o compositor das músicas do Mercyful Fate junto com King Diamond) e o King Diamond resultaram no final da banda em 1985, mesmo ano em que King Diamond apresentaria o seu primeiro trabalho solo e faria bastante sucesso na sua carreira solo.

Em 1992 o Mercyful Fate se reúne, e a partir daí a banda estava de volta. Além de Diamond nos vocais, a banda contava com Timi Hansen, Hank Shermann e Michael Denner. O único da formação original que não quis voltar à banda, preferindo continuar seus projeto, foi o baterista Kim Ruzz, substituído por Snowy Shaw.

Após lançar 3 álbuns até 1997 e a banda sofrendo algumas mudanças, é lançado em 1998 o “Dead Again”, ao qual irei falar agora.

O álbum inicia com a música “Torture(1629)”começa com riffs de guitarra distorcidos dando um sutil toque de thrash na música. Então entra o grandioso vocal de King Diamond, que consegue um ponto de diversificação incrível, ora grave, ora cadenciado, ora agitado e agressivo, e ora agudo é forte. King Diamond demonstra ser um vocalista, e uma pessoa que ouve isso pela primeira vez vem logo a cabeça que são pessoas diferentes fazendo vocais na banda! A música fala sobre a grande investida hipócrita da igreja católica na “Santa” Inquisição, que levou muitas pessoas para a fogueira, supostamente acusadas de “heresia” e adoração ao demônio. A música tem uma técnica muito boa, levando nossos ouvidos ao bom e puro metal oitentista, fazendo mágica com os vocais de King Diamond e as guitarras mirabolantes de Shermann e Mike Wead.

“The Night” começa com uma passagem rápida de uma guitarra melodiosa, dando lugar para o peso da cozinha fabulosa e cheia de groove de Sharlee D’Angelo(o cara toca um Rickenbacker! Para quem conhece, não precisa falar mais nada!) e do baterista Bjarne T. Holm. Mais uma vez King Diamond diversifica as linhas vocais fabulosas, com bastante feeling. A música tem solos de guitarra bastante cativantes, que nos levam a uma atmosfera diferente, a atmosfera do Mercyful Fate.

“Since Forever” começa calma e lenta, com um vocal bem calmo e relaxante de King Diamond que logo do nada parte para uma agressividade! Guitarras poderosas e um vocal de Diamond se fazem presentes agressivamente, e logo depois retorna aquele clima de calmaria ao som de cordas de aço junto com o fabuloso baixo de Sharlee D’Angelo e teclados. Riffs cativantes mais uma vez se fazem presentes nessa música, que mesclam com toda a sonoridade lírica única da voz de King Diamond. A música se direciona ora calma e ora nervosa. Detalhe para o “Since Forever” insano que Diamond pronuncia no final da música.

“The Lady Who Cries” começa com um riff a là Iron Maiden que logo se passa aos vocais de Diamond. King Diamond dá uma risada macabra de dar medo a quem ouve esse disco às 23:53 no escuro na frente de um computador, sozinho no quarto, como é o meu caso! A música mostra mais uma vez riffs cativantes junto a uma cozinha potente, que com o vocal de King Diamond fazem maravilhas. Solos maravilhosos de guitarra, um grande destaque do álbum, junto com seus arranjos. A sonoridade é única.

“Banshee” começa com bastante groove e um pouco calma, que segue uma linha tradicional fortíssima, com King Diamond variando os seus vocais, fazendo dela

uma música extremamente bonita e cativante, tanto pelos seus riffs fabulosos, quanto os vocais maravilhosos do mestre Diamond. É uma música um pouco calma e com groove, que mais uma vez demonstra o grande potencial dos excepcionais músicos que tocam com o nosso grandioso “grão-mestre” King Diamond que mais uma vez dá um show à parte de diversidade vocal, que oras tem uma voz grave e forte e oras uma voz fina e aguda.

“Mandrake” começa forte e com riffs distorcidos que logo dão lugar a um vocal doentio e melodramático de King Diamond, que rapidamente passa para um agudo forte e depois fica se alternando direto entre agudo e grave. A música é típica do Mercyful Fate desses últimos anos, mais uma vez fortemente influenciada pela chamada “old-school”, com uma sonoridade boa. Detalhe para a letra estranha, que com certeza contém elementos obscuros que somente o nosso mestre saberia fazer. Riffs cativantes mais uma vez que fazem o Mercyful Fate valer o mérito que tem.

“Sucking Your Blood” começa bem agitada e com groove, com um riff um pouco macabro lembrando a escola Tony Iommi. Mais uma música com uma grande performance de King Diamond, que tem um timbre e um feeling nato e singular nessa face de planeta terra. Diamond faz um vocal doentio do nada na música, mostrando porque tem tantos fãs como eu ,haha! Música boa e típica do mestre King Diamond, que mais uma vez (pra variar) faz uma diversidade vocálica incrível. Mais riffs cativantes.

A faixa título, “Dead Again”, é um longo épico de 13 minutos. Começa cadenciada e leve, com o King Diamond com vocais mais “graves” e obscuros, lembrando uma temática obscura tradicional do Black Sabbath. Depois volta com um riff calmo e bem melodioso. A condução vocal é mais uma vez impecável, assim como a cozinha violenta e as guitarras distorcidas. Depois vem uma passagem mais Heavy tradicional, bem rápida e energética, com bastante groove e agilidade técnica incrível. Um solo maravilhoso figura aí, deixando a música com uma atmosfera bem Heavy Metal clássico. Depois figuram cordas de aço fazendo contraste com uma guitarra bem limpa, com um vocal de King Diamond bem melodioso e calmo, se alternando entre graves e agudos. Volta novamente a atmosfera Heavyzão tradicional. Mais uma vez figura a atmosfera calma, só que agora com teclados bem mostrados. Mais uma vez King Diamond dá um show a parte de vocal. E vira e mexe a música fica entre tradicional e atmosferas calmas. Música ótima.

“Fear” começa bem tradicionalzão, com uma pegada forte da cozinha da banda. King Diamond diversifica seu vocal de um segundo para outro, do agudo para o grave, do calmo para o nervoso, do obscuro e mórbido para o claro e limpo. Música boazinha, segue a linha tradicional do Mercyful Fate. Bem poderosa.

Pra finalizar o álbum, é “Crossroads” que fica a cargo da tarefa. Começa com um bom riff cativante, e logo aparece o nosso mestre King Diamond mostrando seu vocal. A música tem uma linha de guitarra maravilhosa, com um solo muito bem feito. É um heavyzão bem tradicional, com influências desde o já citado tradicional na linha Iron Maiden, com Black Sabbath e sua temática dark. Música boa, mais uma que segue a temática do Mercyful Fate. Encerra com chave de ouro esse álbum bom dessa banda já lendária na cena do metal.

Stalker
Enviado por Stalker em 21/11/2005
Código do texto: T74493