Rainbow - On Stage

Nos anos 70, 3 bandas podem ser consideradas principais para o metal: Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple. São estes os 3 medalhões. Após o lançamento do álbum “Stormbringer” de novembro de 1974 do Deep Purple, Ritchie Blackmore resolveu sair da banda pelos caminhos musicais que ela estava tomando. Então, ele chamou os integrantes da desconhecida banda Elf, e formou o Ritchie’s Blackmore Rainbow, e nessa formação, estava o mago Ronnie James Dio. Em 1976 a banda muda de nome para somente Rainbow, e grava o álbum Rising, considerado o melhor para muitos. E logo depois disso, é lançado o ao vivo On Stage, ao qual conheceremos hoje.

O álbum começa com um trecho da clássica música de Judy Garland que serviu de trilha sonora do filme “O Mago de Oz”. Simplesmente uma fantástica performance para a música em versão metal. Logo em seguida vem a grande música “Kill the King”, do Long Live Rock n’ Roll. É excepcional a performance de Dio, que canta com linhas vocais maravilhosas de tão sublimes e fantásticas que são. Isso sem falar das maravilhosas acrobacias que o mestre Ritchie Blackmore faz com sua guitarra sensacional. A cozinha da banda demonstra ser bem potente e perfeita sincronia e equilíbrio constante. Os teclados de Tony se tornam de uma capacidade tão grande, que chega até a lembrar o magnífico Jon Lord. Música fantástica, para uma performance ao vivo tão soberba, que quando você ouve, você baba de tão maravilhosa que é. Destaque para Dio, que demonstra que é um dos melhores vocalistas que já existiu.

Logo em seguida é um medley de “Man on the Silver Mountain” do debut, um blues altamente soberbo e “Starstruck” do Rising. Começa Man on the Silver Moutain com a clássica forte pegada do Rainbow. Uma cozinha incrivelmente potente, Ritchie Blackmore detona nos riffs, sem falar dos teclados de Tony. Dio demonstra mais uma vez uma excelente performance ao vivo, e demonstra que o timbre da sua voz é excelente. Essa música é um dos clássicos absolutos do Rainbow, conduzida com maestria ao longo do tempo, no meio aos grandes vocais de Dio e aos solos cativantes e fantásticos do grande mestre Ritchie Blackmore. Man on the Silver Moutain se segue cativante até mais ou menos os 4 minutos e meio, quando entra a chorosa guitarra de Ritchie Blackmore. Você se sente levado para outra dimensão. É algo sublime, você se acalma e relaxa. Uma atmosfera única providenciada pelo nosso mestre-mor Ritchie Blackmore. São acrobacias sonoras brincando com as notas musicais, uma calma e tranqüilidade única. Logo Blackmore começa a fazer um excepcional dueto com Tony, algo magnífico de se ouvir. Sublime, estupendo. Toda a atmosfera calma dar lugar a entrada da cozinha magnífica no meio de toda a “brincadeira” no finalzinho. Depois entra logo toda a banda numa potente força lançada pela voz de um timbre único de Dio. Starstruck é uma excelente música dançante parecida com algumas que o Deep Purple de Blackmore fazia no Made in Japan. Logo tudo pára e Dio começa a cantar sozinho lembrando aquelas maravilhosas linhas vocais dos grandes intérpretes do blues emocionante. Simplesmente algo magnífico de ser ouvido. Logo toda a atmosfera nervosa e pesada da música volta com força total, tendo Dio e Blackmore fazendo mais uma vez “brincadeiras” com a música.

Então chega o momento de plenitude. “Catch the Rainbow” é uma das músicas mais lindas que já ouvi na minha vida. E essa performance ao vivo, simplesmente perfeita. A música começa em um clima calmo com os teclados de Tony junto com a guitarra mágica de Ritchie Blackmore. É algo lindo, é algo vivificante. Essa música é uma coisa que te deixa em um estado de plenitude incrível. Dio canta magistralmente de uma forma tão linda e tão bela que é impossível não se render de joelhos aos pés dessa música tão magnifica. O leitor que me perdoe, mas eu terei que postar um trecho dessa música tão linda, em que Dio canta de uma forma tão linda: “We believed we'd catch the rainbow / Ride the wind to the sun / Sail away on ships of wonder / But life's not a wheel / With chains made of steel / So bless me!”. Simplesmente magnífica. Dio cantando tanto agressivamente quanto calmamente demonstra uma tênue e singela forma de cantar com um feeling nato. Você se sente transportado para um mundo lindo, um mundo belo. Um mundo onde arco-íris são coisas magníficas. Ritchie Blackmore então manda riffs matadores e solos lindos e emocionantes, de uma melodia tão cativante, que me faz fechar os olhos e apenas embarcar nesse sentimento tão bem expresso, que só um músico do calibre dele poderia expressar tão belamente. Logo a música fica se alternando magistralmente do calmo para o agressivo, cada um dos integrantes dessa fabulosa banda demonstram que não estão para brincadeira. Uma obra-prima estupenda que demonstra o quão criativos a tropa dos anos 70’ eram. A improvisação prima na música, com Ritchie Blackmore fazendo solos viajantes, Cozy Powell e Jimmy Bain dando uma condução firme, Tony Carey dando um showzão com seus teclados, e principalmente Dio brincando com sua voz. É algo lindo quando ele branda no final da música...”Catch the Rainbow”, ele diz. Alcance o arco-íris você também.

A próxima música, “Mistreated” é uma grande música do Deep Purple. Começa com a guitarra de Ritchie Blackmore tocando um riff distorcido que logo vem junto com a cozinha poderosa da banda e um agudo magnífico do Dio. Logo toda a banda entra em ação, para tocar magistralmente essa música. Mestre Ian Gillan que perdoe, mas a versão com o Dio ficou boa. Dio entona perfeitamente o espírito da música, mostrando porque foi escolhido para ser o vocalista da banda de Ritchie Blackmore. Falando no dito cujo, o mesmo toca magistralmente riffs maravilhosos junto com seus magníficos solos que soam perfeitamente em combinação aos agudos fortíssimos de Ronnie James Dio. Mais uma vez a improvisação chega e a brincadeira com a música aumenta ainda, lembrando as grandes camas do jazz. Blackmore fica brincando com sua guitarra sozinho enquanto a platéia acompanha em leves toques de palmas, dando um total clima de jazz na música. Fica simplesmente algo fantástico e maravilhoso, demonstrando a versatilidade deste grande e complicado homem que é Ritchie Blackmore. A sua “brincadeira” com a guitarra é simplesmente magnífica, mais uma vez algo viajante e maravilhoso nos conduzindo a uma grande vibração de espírito relaxante e motivante. Blackmore demonstra ser um dos maiores guitarristas da história, com um feeling nato que faz muito pseudo-guitarrista dos dias de hoje ficarem babando de boca aberta quando ouvem Ritchie Blackmore tocando guitarra. Logo ele branda mais um choroso riff cativante acompanhado da cozinha da banda, e logo entrando Dio dando um potente grito que faz muita gente ficar amedrontada só de ouvir! Uma grande interpretação de improvisação.

“Sixteenth Century Greensleeves” começa com Dio anunciando a música, e brincando com a platéia. A letra da música tem uma temática medieval(alguma previsão do Blackmore’s Night?), e a música é muito bonita. A música começa com Tony dando um showzão junto com Blackmore em uma melodia cativante e mágica, lembrando os áureos tempos do Made in Japan. Logo todo o clima calmo dá lugar a uma guitarra extremamente distorcida de Blackmore, junto com uma potente cozinha e teclados aos fundos. Dio entra com seu vocal potente e canta de uma forma tão sublime o refrão tão cativante dessa música. Blackmore dá um magnífico show de riffs cativantes e solos fantásticos. A música é tipicamente tradicional da forma do rainbow: dançante, cativante e extremamente potente. Mais solos chorosos por parte do nosso mestre junto com a poderosa cozinha de Cozy Powell e Jimmy Bain conduzindo ao fundo. Depois Dio volta mais uma vez para mostrar seu poderoso vocal nessa música. Essa é mais uma das grandes músicas do Rainbow, toda a banda tem participação nela, extremamente energética, potente e rápida. Magnífica.

“Still i’m Sad”, cover dos Yardbirds, é a última música do álbum. Começa com Blackmore dando um show de guitarra, e logo toda a banda entra em ação para fazer um cover magnífico. Sai simplesmente magnífica a performance total da banda. Dio esbanja do seu vocal magnífico, Blackmore toca maravilhosamente, assim como todo o resto da banda. A música é boa, é energética, puro rock n’ roll. A banda executa com maestria a música, mais uma vez usando e abusando do seu grande forte de improvisação. Blackmore faz um solo magnífico, demonstrando mais uma vez (como se ninguém soubesse!) ser um dos maiores guitarristas da história. Agora quem faz o solo é o grande Tony, mostrando ser um forte tecladista, modéstia a parte, digno ser considerado um dos melhores da história do rock e do metal. É um solo de teclado simplesmente magnífico e vivificante. Sublime, leve, calmo, maravilhoso. Te leva a alturas novamente, como em quase todo o álbum. Depois mais uma vez volta a guitarra distorcida de Blackmore junto com o resto da banda para fazer mais música. A voz de Dio soa magistralmente, de uma forma tão foda, que eu não sei não, porra! É simplesmente uma música tão do caralho de tão soberba que é. Dio fazendo o seu “Oh,oh,oh,oh,oh,oh...” é algo único e maravilhoso, acompanhado do solo fantástico de Ritchie Blackmore. Agora toda a banda indo em ritmo cadenciado enquanto Dio explora da sua capacidade vocal dando gritos oitavados incríveis e maravilhosos, que de exímia forma encerra este que é um dos maiores álbuns ao vivo da história.

On Stage é o único registro ao vivo que o Rainbow fez com essa formação clássica e maravilhosa, após lançar 3 álbuns de estúdio. É um álbum que prima pela sua grande capacidade de interpretação e improvisação. Se você gosta de Metal clássico, é obrigatório você comprar esse álbum, dessa banda que pode Ter durado pouco tempo, mas que com certeza marcou e muito o metal.

Stalker
Enviado por Stalker em 21/11/2005
Código do texto: T74494