X volume 6: as batalhas confusas

X volume 6: as batalhas confusas

Miguel Carqueija

 

Neste volume prosseguem as dúvidas de Kamui, que não se conforma por não ter podido proteger pessoas a quem amava. Mas o fato é que pessoas que podiam ter lhe contado coisas importantes não o fizeram, mesmo assim todo mundo acha que Kamui está investido de alguma missão sagrada. A história segue um ritmo que poderíamos classificar de bizarrice apocalíptica.

O mais difícil de lidar são as cenas em que se escapa à realidade e se travam batalhas em locais fantásticos com lances que fazem lembrar letra de médico. São páginas e mais páginas em que não se fala praticamente nada e tão confusas graficamente que se tornam incompreensíveis — e não dá para entender porque a desenhista Mokona Apapa quer fazer desse jeito.

 

Resenha do volume 6 de “X”, da CLAMP, “Kotori X Monou”. Editora JBC, São Paulo-SP, sem data. Editora Kadokawa, Tóquio, Japão, 1992. Tradução: Arnaldo Massato Oka. História e roteiro: Nanase Ohkawa. Desenhos: Mokona Apapa. Direção de arte: Mick Nekoi. Assistente de arte: Satsuki Igarashi. Capa de Mokona Apapa.

 

O destino deles já está definido.”

(legenda da série)

 

“Será que poderei proteger a pessoa que é importante para mim com este “poder” que possuo?”

(Shirou Kamui)

 

“A batalha que irá decidir o destino da Terra está para começar em Tóquio.”

(Sorata Arisugawa)

 

Para complicar mais a situação, até aqui um desfile pesado de esoterismos, surge um laboratório científico onde parece estar sendo desenvolvido um tipo de mutante, que naturalmente será importante na trama: “um ser humano criado pelo ser humano”, ou seja um androide. O misterioso laboratório situa-se no subsolo do Sunshine-go, arranha-céu que de fato existe em Ikebukuro e com 60 andares.

Assim, a ciência genética junta-se ao esoterismo que vinha sendo dominante.

Aí vem outro fenômeno onírico, desta vez com Kotori, e Tokiko, tia de Kamui — outra que sabia sobre ele mais do que ele próprio — é assassinada.

O que poderá sair de situação tão confusa?

 

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2022.