“X” volume 10: mistérios e revelações

“X” volume 10: mistérios e revelações

Miguel Carqueija

 

O caráter trágico desta série continua pelo volume 10, com a morte da mãe de Kamui sendo explicada como uma auto-oferenda para salvar a Terra da destruição, e a da mãe de Fuuma e Kotari, por gerar a “espada divina”, que afinal Kamui sela num local secreto, “até o dia que está para vir”, refrão repetido ao longo da trama. A história vai assim prosseguindo bastante sangrenta e indigesta, parecendo um drama mitológico, embora se passe nos tempos modernos.

 

Resenha do volume 10 de “X”, da CLAMP, “Kakyo”. Editora JBC, São Paulo-SP, sem data. Editora Kadokawa, Tóquio, Japão, 1992. Tradução: Arnaldo Massato Oka. História e roteiro: Nanase Ohkawa. Desenhos: Mokona Apapa. Direção de arte: Mick Nekoi. Assistente de arte: Satsuki Igarashi. Capa de Mokona Apapa.

 

“Um “contemplador de sonhos não tem forças para mudar o futuro que ele entrevê... mesmo que veja o futuro, ele nada pode fazer?”

(Kakyo)

 

“Um “contemplador de sonhos” vê o futuro nas fendas abertas por entre os sonhos. Vê nos seus sonhos o amanhã que está para raiar. Mas para isso, sacrifica tudo de si.”

(Kakyo)

 

Kakyo, o contemplador de sonhos que aderiu aos “dragões da Terra”, acusa Kanoe de mentir, ela que, como contempladora de sonhos, reuniu os “dragões do Céu” para impedirem o fim do mundo. Kanoe admite para Kamui que mentiu, em relação ao destino de Kotori, mas não deu para entender o fundamento de tudo o que é dito. “X” é um dos mangás mais confusos que eu já vi. Provavelmente ele pode ser melhor compreendido por quem tenha conhecimento de doutrinas esotéricas do Extremo Oriente ou de suas cabalas. Mas eu não gosto de ocultismo.

 

Rio de Janeiro, 10 de maio de 2022.