Kurome, irmã de Akame, infelizmente permanece com o Império, servindo à perversa General Esdeath. O que acontecerá quando ela e Akame se reencontrarem?

AKAME GA KILL! volume 5: a batalha contra o Doutor Stylish

Miguel Carqueija

Uma luta crucial é enfrentada pela Night Raid (Raide Noturno), o grupo de heróis que luta, num mundo paralelo, contra a tirania do Império. Akame, Lub, Tatsumi, Mine e Leone, com seu esconderijo descoberto, são acossados pelo sinistro Dr. Stylish, que se intitula “um gay estiloso”, e seus auxiliares modificados, uns para combate e outros para detecção. Por orgulho, Stylish nada comunicou à General Esdeath e a nenhum dos “Jaegers” ou caçadores, e confiando no seu exército particular e nos seus aparelhos e venenos, localizou em meio à selva o esconderijo da Night Raid e deu início ao ataque de surpresa.

A luta será dura e demorada. Incomodado pela paixonite de Esdeath por Tatsumi o cientista demonstrou certo desprezo por ela, sentindo que a general poderia estorvá-lo se Tatsumi estivesse com a Night Raid; isto mostrou ter sido um erro. Pois no auge do combate a chefe da Night Raid, Nagenda, reaparece numa arraia voadora domesticada e dois reforços: uma “teigu” humana (um ciborgue, diríamos) e a colega Chelsea — e a informação de que não poderiam conseguir mais reforços do Exército Revolucionário.

Como de outras vezes Akame, com sua frieza, bravura e habilidade, além do perigo representado por sua espada “Murasame”, faz a diferença. Essa espada teigu (as antigas armas imperiais especiais, confeccionadas há séculos) mata com um único arranhão, pois tem o poder de inocular um veneno sem antídoto.

O humor negro está presente na história. Reparem no que Chelsea diz para Akame.

Resenha do volume 5 do mangá “Akame ga kill!” (Assassina Akame), de Takahiro (roteiro) e Tashiro Tetsuya (arte). Editora Panini, Barueri-SP, novembro de 2016. Square Enix Co., Japão, 2012. Tradução: Fernando Mucioli. Volume com os capítulos 20 a 23 e capítulo especial.

Apesar de sua aparência singela, Mine é uma guerreira e tanto na luta para restaurar a Justiça no Império.

“Eu adoro atacar os outros de surpresa, só que odeio quando fazem isso comigo!”

(Leone)

“Para um assassino você é muito inocente, Tatsumi. Se diverte com qualquer coisa.”

(Chelsea)

“Vamos completar nossa missão e chegar vivos ao dia da revolução!”

(Nagenda)

Tatsumi, Leone, Lub, Mine e, na frente, Akame, chamada "A Assassina Akame", mas sua luta é contra um regime tirânico que perpetra cruéis execuções em praça pública.

A Night Raid se vê forçada a esconder-se temporariamente num platô selvagem, habitada por algumas das “espécies perigosas” existentes no Império. Enquanto isso os novos membros Chelsea e Susanoo vão ficando mais conhecidos. Susanoo, dito uma “teigu humana” — na prática um ciborgue ou androide — além de guerreiro sabe cozinhar e realizar outros afazeres domésticos.

Esses pequenos absurdos dão um toque de humor e leveza a uma história pesada, imprópria para menores de 18 anos.

O curioso nisso tudo é uma pessoa tão cruel e sádica como Esdeath, manifestando sentimentos humanos e sentindo a falta de Tatsumi. Ela já sabe que ele reprova a tirania do Império, mesmo assim ainda gosta dele por alguma razão, a ponto de procurá-lo instintivamente pela cidade. E quando seu auxiliar Run lhe diz ter encontrado alguns soldados parecidos no exército, ela não se interessa: “Só existe um Tatsumi no mundo... não aceitarei nenhum outro”.

Esdeath ainda não sabe que Tatsumi faz parte da Night Raid; até que ponto isso faria diferença? E afinal, na Night Raid há vários desertores do exército imperial: Lub, o falecido Bulat, Akame e até a chefe, a ex-general Nagenda.

Afinal por que essa paixão de Esdeath por Tatsumi? Por que isso foi colocado na história?

Irá a grande vilã se regenerar por amor a Tatsumi?

"Só existe um Tatsumi no mundo, não aceitarei nenhum outro." O que levou a General Esdeath a se enamorar por um inimigo? Haverá, nessa mulher que até aqui tem sido uma fiel servidora de um império despotico, capaz ela própria de ações sádicas, uma réstia de humanidade?

Rio de Janeiro, 30 e 31 de março de 2024.