O nazismo através da visão da criança

O menino do pijama listrado

(The boy in striped pijamas)

Drama

93 minutos

Diretor: Mark Herman

Produção: David Heyman

Roteiro: Mark Herman, baseado no livro de John Boyne

Fotografia: Benoît Delhomme

Elenco: Asa Butterfield (Bruno), Amber Beattie (Gretel), Zac Mattoon O''Brien (Leon)

Domonkos Németh (Martin), Henry Kingsmill (Karl), Vera Farmiga (Mother), Cara Horgan (Maria)

Ao longo dos últimos 60 anos o nazismo já foi retratado sob os mais diferentes pontos de vista.

Seja do ponto de vista dos vitoriosos, dos derrotados ou das vítimas a conclusão é sempre a mesma: as atrocidades cometidas não possuem explicação ou justificativa.

O novo filme "O menino do pijama listrado" propõe uma abordagem diferente. Propõe analisarmos o fanatismo alemão e as engrenagens dos campos de concentração sob a visão de um menino de 8 anos.

O personagem Bruno, brilhantemente interpretado pelo ator mirim Asa Butterfield, é filho de um alto oficial nazista que é enviado de Berlim para administrar um campo de concentração no interior do país.

Chegando lá a criança tenta entender quem são aquelas pessoas que - sob seu ponto de vista - vivem juntos numa fazenda e passam o dia todo de pijamas.

Sem grandes passatempos e sem ter com quem brincar, Bruno vai até as imediações do campo de concentração e através da cerca eletrificada acaba fazendo amizade com um prisioneiro da sua idade.

A partir daí ele passa a entender melhor o que está acontecendo com sua família e com seu país.

E sob esse olhar extremamente ingênuo, o filme traça um panorama surpreendente da máquina nazista que alienava crianças (a irmã adolescente de Bruno acaba aderindo ao fanatismo), dividia famílias (o pai de um dos soldados do campo teve que fugir da Alemanha porque não acreditava em Hitler), destruía carreiras (o caseiro judeu que antes da guerra era médico), abalava casamentos (a mãe de Bruno após descobrir o que era feito dos prisioneiros passa a desperezar o marido) e por fim assassinava inocentes.

Além de todos os méritos do filme, em seu assustador final, ele acaba promovendo uma dolorosa reflexão sobre o que os anos nazistas acabaram fazendo com a própria Alemanha.

Sob todos os pontos de vista: um grande filme.

Alexsandro Rebello Bonatto
Enviado por Alexsandro Rebello Bonatto em 08/02/2009
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