Orgulho e Preconceito.

«Pride and Prejudice»,

«Orgulho e Preconceito»

Baseado no livro de Jane Austen, versão assinada por Joe Wright.

Ontem São Paulo amanheceu com cara de preguiça: friozinho e com chuva. Dia ideal para se assistir um bom filme.

Claro que para o adjetivo “bom” cada um tem seu gosto, eu escolhi ver, pela centésima vez, o filme “Orgulho e Preconceito”.

Um romance delicioso que prende a atenção por ser belo e poético. Se você torceu o nariz só de ler a palavra “romance”, te aconselho a ver esse. Um romance sem beijos.

Isso mesmo! Nada de agarra agarra.

E o que prende?

Tudo.

Orgulho e Preconceito conta a história da família Bennet que não teve a sorte de ter um filho homem. Em conseqüência disso, no futuro, a propriedade será herdada, legalmente, por um primo afastado, o senhor Collins, um homenzinho ridículo e subserviente, que poderá expulsar a todos da casa.

Para garantir a estabilidade da família, a mãe (Brenda Blethyn), tem apenas uma idéia na cabeça: casar as cinco filhas. Independentemente de qual fosse - dizia a boa etiqueta que a filha mais velha teria de ser a primeira a casar. Ao pai delas (Donald Sutherland) cabia à parte de acompanhar, ouvir e compreender os desejos e vontades das filhas.

A parte engraçada do filme é marcada pela mãe, uma personagem caricata, que não prima pelas boas maneiras e que não se importa de mostrar que está a empurrar as filhas para um bom casamento.

O enredo gira em torno das filhas: Jane (Rosamund Pike), a mais bela; Lizzie (Keira Knightley), a espirituosa, também bela mas orgulhosa e determinada demais para a sua época; Lydia (Jena Malone), a exuberante, e Kitty (Carey Mulligan), a influenciável, que procura um marido desesperadamente apesar da tenra idade, e a mais jovem, Mary (Talulah Riley), que é a aquela que não se importa com nada que tenha a ver com homens e casamentos.

Não podemos esquecer que na época em questão, final do século 18, início do século XIX, o que realmente importava às jovens era conseguir um bom partido, assim como a sua educação baseava-se em prepará-las para serem esposas prendadas.

As esperanças da mãe crescem quando o Sr. Bingley (Simon Woods) chega à cidade, acompanhado as suas duas irmãs e do seu melhor amigo, o Sr. Darcy (Matthew Macfadyen), um jovem também rico, que não cai nas boas graças das mulheres Bennet, principalmente de Lizzie, que o considera arrogante e sisudo.

Claro que o Sr. Bingley e a linda Jane Bennet se apaixonam, mas devido as pressões sociais e as manipulações das irmãs e do amigo, o jovem acaba voltando para Londres. Na tentativa que reaproximar os apaixonados, os encontros entre Elizabeth e Darcy passam a ser cada vez mais constantes, apesar deles sempre discutirem.

O filme vale a pena pela interpretação, paisagens, figurinos e cenas emocionantes, como uma imperdível onde os dois discutem na chuva. Lindo!

Segundo alguns críticos, para quem leu o livro, que não é o meu caso, o filme não consegue alcançar todo o drama vivido em suas páginas. Em contrapartida, ainda segundo eles, parece que Orgulho e Preconceito faz a proeza de retratar passagens inteira do livro.

Vale ressaltar que pela interpretação Keira Knightley, a Lizzie, foi indica ao Globo e Ouro e ao Oscar de melhor atriz. O filme concorreu, ainda, ao Globo de Ouro como melhor filme e ao Oscar de 2006 como Melhor Direção de Arte, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora.

Ou seja, indicações de peso, o que mostra que este filme não é banal como os aversos a romances possam imaginar, e que deve ser visto seja em um dia de chuva em Sampa ou em qualquer dia em qualquer lugar do planeta.

Etelvina de Oliveira
Enviado por Etelvina de Oliveira em 11/07/2009
Reeditado em 12/07/2009
Código do texto: T1693923
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