COCO ANTES DE CHANEL

     Antes de fazer as observações sobre o filme, é oportuno relatar acerca das minhas pesquisas a outros críticos, para depois ousar e destacar as minhas colocações.
   
     Apanhei as seguintes críticas:

               "Coco Antes de Chanel vem acrescentar mais um nome a candidatos a piores do ano" (Carlos Eduardo Corrales ).

          "... o grande problema de Coco antes de Chanel é justificado pelo título: ao restringir a biografia até o momento antes da marca Chanel, não mostra o trabalho de Coco na criação da marca, que certamente é algo que os entusiastas pela estilista procuram" (Carla Bitelli).

     Carlos Eduardo Corrales reclama de todo o roteiro e assevera ser entendiante o filme.

     Peço licença pra registrar aqui o que realmente penso, como expectadora do filme, e o que observei nas feições de muitos que o assistiram no mesmo espaço. Ressaltando, por oportuno, que o cinema estava bastante lotado.

     Não vi ninguém cochilando ou babando na gola da camisa. Do contrário, as pessoas estavam mesmo interessadas em todo o roteiro.

     O filme procura retratar a vida de Gabrielle Bonheur Chanel focando mais os momentos antes de ser famosa e desenvolver o estilo que lhe deu fama.

Trata de uma estilista francesa que revolucionou a moda do início do século XX, criadora da marca Chanel.

     Revela uma mulher que não aceita as normas machistas (chauvinistas), pois obrigavam as mulheres a usarem vestimentas que colocavam-nas em situações ridículas. A grande personagem observava com atenção as modistas e suas produções e fazia comentários sempre muito pertinentes.
      
     Espartilhos muito apertados que evidenciassem mais o colo e afinavam as cinturas, chapéus enormes e pesados...

     Enfim, uma moda que tornava a vida das mulheres um sacrifício sem mesuras e, ainda, davam aparências medonhas. Isso é muito bem destacado pelo roteiro do filme.

     Gabrielle foi se tornando uma mulher ranzinza cheia de traumas, vez que perdeu sua mãe muito cedo e vivia juntamente com sua irmã numa espécie de internato. O pai havia praticamente despejado as meninas ali e nunca mais voltou para visitá-las.

     As duas irmãs, tentam viver dignamente e criam uma apresentação musical e teatral sobre um cachorrinho que atendia por "Coco". Além disso, faziam reformas nas vestimentas das prostitutas do  mesmo bar onde cantavam e dançavam.

     Mas as circunstâncias não favoreciam suas tentativas, e passaram por sofrimentos e preconceitos no decorrer de suas vidas.

     A protagonista ainda se esforçou muito para continuar trabalhando dignamente, até que decidiu viver numa grande mansão de um rico comerciante, por sua iniciativa, até que foi conquistando o seu espaço na vida dele.

Assim, consegue conhecer e manter contatos e intimidades com a alta sociedade francesa.

     Logo fez amizade com uma atriz que aos poucos foi infiltrando o estilo de Gabrielle a essa sociedade, usando, por exemplo, chapéus que somente ela produzia.

     Não poderia faltar no roteiro, claro,  uma dramática história de paixão em que seu amado,  o inglês Arthur Boyle, propôe um relacionamento duplo em que Gabrielle seria sua amante e ele se casaria com uma mulher rica.

     Mas ao final, seu grande amor se envolve em um acidente e 
tem um fim trágico.

     Penso que a idéia de uma heroína que revolucionou a vida das mulheres foi colocada com muita propriedade, embora a parte mais importante da personagem real Gabrielle como grande estilista francesa tenha sido colocada ao finalzinho do roteiro. 

Não posso finalizar sem observar  antes que a atriz Adrey Tatou teve uma atuação explêndida.

É um filme que esclarece fenômenos históricos incríveis e que vale a pena assistir.