Simonal - Ninguém sabe o duro que dei
Professora: Raquel Martins Silva
2º Semestre – 2009
Aluno: José Vicente Rodrigues Freire (Curso: Produção Cultural – IFRJ)
Roteiro de avaliação de filmes e vídeos
Título: Simonal - Ninguém sabe o duro que dei
Mídia: DVD
Duração: 84 minutos
Direção: Cláudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal
Co-produção: Globo Filmes, TvZERO e Zohar e Jaya
Distribuição: Moviemobz
Elenco:
Max de Castro . . . Filho e músico
Simoninha . . . Filho e músico
Bárbara Heliodora . . . Crítica teatral
Bárbara Heliodora . . . Ex-patroa da mãe de Simonal
Luiz Carlos Miele . . . Produtor musical
Nelson Motta . . . Jornalista
Paulo Moura . . . Músico
Ricardo Cravo Albin . . . Pesquisador musical
Chico Anysio . . . Humorista
Castrinho . . . Humorista
Tony Tornado . . . Cantor e Ator
Artur da Távola . . . Jornalista
Sérgio Cabral . . . Jornalista e membro do Pasquim
Ziraldo . . . Cartunista e membro do Pasquim
Jaguar . . . Cartunista e membro do Pasquim
José Bonifácio de Oliveira (Boni) . . . Ex- executivo da TV Globo
Pelé . . . Ex-jogador de futebol
Mário Sabá . . . Músico e membro do Som 3
Raphael Viviani . . . Ex-contador da Simonal Comunicação
Sandra Cerqueira . . . Segunda esposa
FICHA TÉCNICA:
Diretor de Fotografia: Gustavo Hadba
Direção de Arte: Eduardo Souza, Rodrigo Lima
Trilha Sonora Original: Berna Ceppas
Produção Executiva: Manfredo G. Barretto, Rodrigo Letier, Carlos Paiva
Som Direto: Paulo Ricardo Nunes
Mixagem: Denílson Campos
Montagem: Pedro Duran, Karen Akerman
Coordenadora de Produção: Lorena Bondarovsky
Produtores Associados: Raul Schmidt, Roberto Berliner, Isabelle Tanugi
Patrocinador: Ação entre amigos.
Fale sobre o tema:
A situação que se apresenta neste filme-documento, revela-me com preocupação, o quanto à maioria dos grandes artistas brasileiros não estão preparados para sustentar essas diferenças do homem comum no dia a dia. Justificar a posição do cantor Simonal, seria por si só, desnecessário, pois o fato comum dessa época era a repressão, pela violência, sofrida pelos intelectuais, políticos ditos de esquerda e os grupos que se organizavam frente ao golpe militar. Afirmar que um jovem artista integrado aos movimentos musicais da época, que galgou o ápice em pouco tempo, que criou moda, ficou rico, conheceu o mundo, não sabia da gravidade do que fez, é deveras inocente demais. Acredito que na arrogância e na presunção do poder pelo poder, Simonal, se deixou levar pelas vaidades tão comuns às pessoas despreparadas, deixando-se levar pelas tietagens, acumulando nesses percalços muitos "amigos", até mesmo do DOPS, que podem ter se colocados para o que der e vier, citando-se aquela velha frase: Quando precisar, meu irmão, é só chamar que resolvemos.
Simonal, não teve a exata noção da importância que ele tinha, não soube administrar as potencialidades do cidadão cantor, impregnado de muito swing, grande voz e carisma. A fama o fez absoluto demais, ficando acima do bem e do mal; se via na vida comum como se estivesse nos palcos cantando e ditando regras para as multidões de como cantar. Não aceitava interferências em suas ações ao ponto de falar pelos cotovelos o que lhe viesse à cabeça, inconsequente, não muito normal para uma época em que o Brasil buscava novos rumos. Simonal apresentou um sintoma ressurgente demais nos dias de hoje, em que devemos repensar e cuidar de forma sacerdotal na construção cidadã de brasileirinhos comuns, que por outras vias, vem com talentos maravilhosos, mas despreparados para executarem as suas missões.
Qual o contexto geográfico e histórico da ação?
Fatos onde ha inserção de um cidadão de grande importância na música popular brasileira, que se mistura a uma realidade política da época, que permeia todo o território brasileiro e que nos leva a uma reflexão pelos vinte anos de atraso social.
Analise aspectos relevantes da montagem (roteiro, fotografia, iluminação, locação, cenário, figurino, objetos etc.):
O roteiro nos mostra montagens e edições de filmes diversos sobre Simonal, alguns de pouca qualidade, intercalando com relatos de diversas personalidades sobre o cantor e filmados em lugares privados sem preocupação interativa visual e muito simplificada, com fotografias fechadas nos dando uma visão objetiva e direta, com iluminação aparente em locações de arquiteturas pobres, não tendo cenários bem escolhidos, focados apenas nos objetivos do projeto.
Descreva as características da direção:
Objetiva, definida de acordo com o roteiro e sem a exigência de recursos tecnológicos para filmar.
Analise o trabalho do elenco:
Atores são provocados discorrendo sobre o tema em pauta (Wilson Simonal).
Escolha um ator ou atriz e discorra sobre as particularidades de sua interpretação e a importância de sua personagem na trama:
Sem comentário.
Analise a trilha sonora, destaque uma ou mais cenas nas quais a música seja um elemento de fundamental importância: Destaco todas as músicas interpretadas por Wilson Simonal, pela alegria, balanço e jovialidade que nortearam registros de uma época histórica da música popular brasileira.
Escreva sobre o que achou do filme de maneira geral: Pontos altos, pontos baixos e, em sua opinião, qual a sua relevância para o cenário cultural brasileiro e/ou internacional:
O filme/documento não é uma grande produção, deveria explorar algumas questões sociais que a vida de Simonal nos remete, por exemplos: a questão social em que vivia na Baixada Fluminense (Areia Branca, Belford Roxo) segundo moradores antigos, a questão racial, a questão política da época e as suas consequências. O documento serve ao povo brasileiro como uma forma de identificação, pois Simonal não foi e nem será o único; para o cenário internacional não vejo como importante.
Destaque a sua cena preferida, explique o porquê da escolha:
A do show no Maracanãzinho, quando abre o show de Sérgio Mendes, regendo aquele mundão de gente, que força que ele tinha, mas não soube administrar.
Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2009.