História de Zorba, o grego

Nikos Kazantzakis parece ter herdado o verniz do berço cultural da civilização ocidental: a Grécia antiga.

Zorba é um cântico à liberdade do ser humano que vê na existência terrena seu único esteio antes da completa aniquilação.

Focando apenas um dos aspectos do livro, a história vai ganhando um sabor específico a cada página, cada fato vai se transformando numa espécie de rito de despedida.

Afora o fato de o livro ter sido transposto para o cinema com grande sucesso e o emblemático Antonin Quin tenha encarnado Zorba(!).

Polemista de primeira grandeza, Kazantzakis fez confrontar as contradições de um dogmatismo cego e a simplicidade existencialista.

A habilidade do autor é de tal monta que podemos sentir o frescor da descrição de um vilarejo grego. Somos os olhos, o nariz, a boca, os ouvidos e a dignidade de Zorba. Seguramente, este é o livro que maior impacto provocou em minha existência. Falo no sentido de questionamento de uma vida que deixa romper as horas sem saborear os minutos. Falo de uma vida que poderia romper calcada num inconsistente sentimento de culpa. Se há um sentido neste livro, trata-se do sentido de humanização e de que maneira insultamos e desprezamos o pó que somos. Temos e havemos de aprender a passar pelo mundo.

Não são poucos os que gostariam de, religiosamente, morrer como Zorba. Ao pressentir a aproximação do seu fim corporal(para Kazantzakis é a completa aniquilação), Zorba corre para uma janela no intuito de ver e sentir, ainda, a beleza de uma manhã. Eis o grande sentido de um Romance. Eis a marca indelével do romantismo.

Os parágrafos finais de Zorba, o grego espelham uma oração a qualquer um que aceita a vida como dádiva, não como expiação - o que seria um pecado mortal.

Pessoas excessivamente dogmáticas não devem ler esse livro.

Sinopse do filme Zorba, o grego, extraído da Internet. Como citei Zorba, o grego em uma das minhas crônicas, achei por bem relembrar, em síntese, a história de Zorba.

Gdantas