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O “Festival de vídeo Potiguar”, mais uma vez mostra a criatividade dos diretores de curtas-metragem norte-riograndenses. Os documentários produzidos, mesmo deixando um pouco a desejar no quesito técnico, supera as expectativas na originalidade e no aproveitamento do escasso aparato tecnológico. Observa-se, contudo, um desnivelamento de efeitos cinematográficos e no tocante ao linguajar de certos vídeos. Ademais, uma variedade de assuntos abrilhantam o festival, para a admiração e gostos de um público eclético.

O documentário de Nizia Floresta, por exemplo, deu um show de efeitos, usando técnicas das mais modernas, contando a história desta potiguar de renome nacional, num estilo didático e atraente. Este material poderia muito bem ser veiculado em todas as escolas do Estado, na certeza de estar contribuindo com a História potiguar. Os estudantes devem conhecer de perto esta mulher que revolucionou sua época, com seus ideais, através da educação, da literatura e do direito.

Após o documentário da “grande brasileira”, vemos uma entrevista com Elino Julião, um dos maiores forrozeiros do Brasil, natural do Seridó norte-riograndense. Ele conquistou o país com suas músicas alegres e de linguajar bem sertanejo. Em seguida Pitikajara – sobre os índios Potiguaras –, “Poti de saudades e lembranças” – um histórico da Rádio Poti –, “Vendedores da esperança” – trabalho de idosos em Ponta Negra – e a “carpideira”, que nos mostra o ofício citado. Outros documentários também passaram neste dia como mostra a programação.

Dois filmes, contudo, chamaram a atenção: “o inspetor Geraldo” (3º filme apresentado) e “Nós vale” (7º filme). O primeiro retrata a vida do Grupo de Teatro mossoroense “O pessoal do Tarará”; enquanto o segundo é um documentário fictício sobre o “vale” – vale transporte, ticket de ônibus.

Como bom mossoroense, atrevo a dizer da excelência do documentário sobre o grupo de teatro originário da “capital da cultura”, que tanto alegra e leva ao povo mais simples, o espetáculo das artes cênicas. Sua história, mesmo ainda curta, é assunto do vídeo, desde o surgimento até o trabalho desempenhado nas peças encenadas ao ar-livre nas belas praças de Mossoró. É nota de importância e elogios variados, o trabalho desse grupo artístico, valendo sem sombra de dúvidas o reconhecimento através deste documentário. Mesmo não sendo parcial – por ser mossoroense – em evidenciar este documentário, é inegável a boa impressão que o trabalho passou para o público presente.

“Nós vale”, ganha pela sua originalidade e comédia. Este documentário sobre o “vale”, realça sua importância e finalidade, é elaborado de formar muito criativa, conduzindo nossa imaginação não só pelo que está na tela, mas produzindo entrelinhas em uma continuidade da cena a quem o assiste. O “inspetor Geraldo”, é fortalecido pela história e o roteiro de um documentário autêntico e diversificado.

Para quem não assistiu à sessão de ontem, hoje ainda é possível admirar os outros filmes do Festival. Novamente a Fundação José Augusto, realiza com nota 10 o seu trabalho de promoção da Cultura Potiguar.

Padre Hugo Galvão
Enviado por Padre Hugo Galvão em 01/09/2006
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