A Marcha dos Pingüins

É tão perfeito que é quase inacreditável. Fiquei literalmente boquiaberta ao assistir “A Marcha dos Pingüins”, produção francesa que ganhou o Oscar 2006 de melhor documentário. Não é pra menos. Há muitas cenas no filme que, no mínimo, a gente se pergunta: “Como é que esse cara fez isso?” E o tal cara é Luc Jacquet, cineasta premiado, documentarista, operador de câmera, diretor de fotografia e também biólogo. Ele passou 14 meses na Antártida para registrar a marcha de acasalamento dos Pingüins Imperadores.

O que impressiona nesse documentário não é somente a produção primorosa, a fotografia irretocável, a trilha sonora encantadora ou a grande sacada de Jacquet. A gente vive bem de pertinho a beleza e ao mesmo tempo o sofrimento desses animais para garantir a própria sobrevivência e a da espécie. Ninguém imagina que eles são capazes de atravessar milhares de milhas pelo continente, em fila indiana, enfrentando predadores, sempre comandados por um “chefe”, que conhece o caminho e lidera a turma para que nenhum se perca.

E lá naquele inverno cruel eles lutam contra o tempo para manter seus filhotes vivos. Os pais aquecem os bebês, enquanto as mães retornam ao oceano para se alimentar e trazer comida em apenas 48 horas. E a gente acompanha tudo isso de olhos pregados; umas vezes ri, outras se emociona e quase chora, e fica chocado com a realidade que a natureza nos mostra claramente pelas lente de Jacquet. Lentes capazes de captar até o olhar de um pingüim.

É simplesmente lindo, mágico. Mesmo sabendo que não há amor ou emoção neste ritual, apenas praticidade para garantir que a espécie continue lá, a salvo. E foi isso o que me tocou. A natureza é tão divinamente perfeita, tudo ocorre de forma tão natural, que parece realmente um romance.

Giovana Damaceno
Enviado por Giovana Damaceno em 11/09/2006
Código do texto: T237281
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.