CÓDIGO DE CONDUTA
Surpreso? Pois é, até as viciadas em “filmes de mãe” tem seu dia de assistir ação. Ou seja, nem só de comédias e dramas românticos vivem as progenitoras.
Meu único erro, ou acerto, foi ter começado meu “momento família” – sofá, manta, pipoca e filhos amolando – com outro filme sobre justiça e prisão: ATÉ QUE A FULGA NOS SEPARE.
Uma delícia de comédia com Eddie Murphy e Bernie Mac, que conta a história de Ray e Claude injustamente condenados à prisão perpétua por assassinato.
Depois de muito rir, já estava indignada com a justiça. Então, ficar a favor de Clyde Shelton (Gerard Butler), protagonista do “Código de Conduta”, foi um passinho de princesa.
Já nas primeiras cenas do filme somos envolvidos na trama do roteiro de Kurt Wimmer que nem precisou da atual técnica de 3D pra isso.
Logo em seguida entra o “sistema de justiça” representado aqui pelo jovem promotor público Nick Rice (Jamie Foxx), de olho na sua carreira, que faz um acordo com um dos suspeitos em detrimento do outro. Para desespero de Sheldon, é óbvio que quem fica preso é o famoso “laranja” – jargão bem conhecido na justiça brasileira. Quiçá do mundo.
O filme dá um salto de 10 anos e começa a ação. Chega o dia da execução do preso pelo método, indolor, de aplicação de substâncias na veia. Nessa cena horripilante lembrei do filme “A espera de um Milagre”. Claro que o promotor que assistia a execução resolve investigar o ocorrido.
E chega a quem? Quem?
Á Clyde Sheldon que lhe dá um aviso: consertar/admitir o erro da justiça ou cada envolvido será morto.
O diretor, F. Gary Gray, intercala cenas de vingança - algumas com requintes de crueldade -, com discussões sobre o sistema de justiça dos Estados Unidos e a arrogância das “superestrelas” (políticos, juizes e etc). Será que ele esteve aqui no Brasil pesquisando?
Li algumas críticas apontando alegando que “O problema é a velha mania de terminar as histórias de maneira espetacular... o clímax, explosivo e pirotécnico, perde o foco”. E, ainda, que “O personagem de Butler ganha perfil de supergênio do crime com direito a tecnologia de ponta. E toda aquela sutileza bacana do início se perde, literalmente, na fumaça.”
Também fiquei engasgada com alguma coisa que não me convenceu no final. Virei para meu filho e o interroguei:
- Gostou do filme?
E ele no alto de seus 18 anos respondeu:
- Ele foi vencido por tudo o quê ele lutava: a corrupção da justiça.
E completou, “Para investigar os fatos e descobrir o crime o próprio promotor e a polícia violaram a lei, e eles mesmo dizem isso”.
Lembrei de algumas frases: “Danem-se os direitos dele!” e “Não importa que artigos ou lei teremos que burlar, mas quero esse assassino fora da minha cidade”.
Putz, matou a charada. Consegui digerir o filme.
Mas, em que país foi rodado o filme mesmo?
Divirtam-se!
FICHA TÉCNICA
Diretor: F. Gary Gray
Elenco: Jamie Foxx, Gerard Butler, Michael Gambon, Leslie Bibb, Josh Stewart, Regina Hall, Bruce McGill, Christian Stolte.
Produção: Gerard Butler, Lucas Foster, Mark Gill, Alan Siegel, Kurt Wimmer
Roteiro: Kurt Wimmer
Fotografia: Jonathan Sela
Trilha Sonora: Brian Tyler
Ano: 2009
País: EUA
Gênero: Suspense
Cor: Colorido
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Warp Film / Evil Twins / The Film Department
Classificação: 14 anos