CREPÚSCULO- A VOLTA DO VAMPIRO
SINOPSE.

     Crepúsculo é uma série de estórias escritas por Stephenie Meyer em forma de romance, que fala de uma espécie diferente de vampiros do bem. A saga conta a estória de Isabella Swan (Bella), uma adolescente que se muda de Phoenix, Arizona, para Forks, em Washington e se apaixona por um estranho jovem que ela descobre mais tarde ser um vampiro. Tratada de forma romântica e conjuntural, o velho mito criado por Bram Stocker se torna uma nova e interessante discussão sobre a inocência e as características do bem e do mal.
     A autora diz que a ideia que a inspirou para escrever a saga dos vampiros Cullen lhe veio através de um sonho que ela teve em 2 de junho de 2003. Ela sonhou com uma garota e um vampiro que se apaixonavam e viviam um tórrido romance. Nada de novo nisso. Drácula também passou a sua longa e quase eterna vida atrás do seu grande amor Elisabeth ( sua esposa suicida), que segundo ele, reencarnou na vitoriana mocinha Wilhelmina (no romance de Bram Stocker). 
     O livro de Stephanie foi publicado pela editora Little, Brown and Company, que comprou os direitos editoriais por 750,000 dólares. O livro foi publicado primeiramente em 2005. Razão tinha o velho Chacrinha: nada se cria, tudo se copia. Que o digam Paulo Coelho e Dan Brown.
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     Quando Bram Stocker publicou seu romance de horror, Drácula, em 1897, ele estava longe de pen-sar que o mito que ele criou atravessaria séculos, aterrorizando, comovendo e enriquecendo muitas pessoas como ele vem fazendo nos últimos anos. 
    Abraham "Bram" Stoker nasceu em Clontarf, Irlanda, em 8 de Novembro de 1847 e morreu em Londres, em 20 de Abril de 1912. Viveu toda a sua infância e juventude em Dublin e escreveu seu primeiro ensaio aos 16 anos.
    Bram Stocker era um escritor atraído pelo misterioso e pelo sobrenatural. Na mesma linha de Edgar Alan Poe, William Blake, Herbert G.Wells, e outros, a maioria de seus temas sempre enfocavam assuntos extraordinários.
    Drácula é uma história de ficção montada em cima de um personagem histórico: Vlad Tepes, o Dracul (Dragão,Drac, em latim), que viveu entre 1431 a 1476. Ele era príncipe da Valáquia, território que no século XV, correspondia à terras que hoje pertencem à Romênia, conhecida como Transilvânia.
     Coroado rei da Valáquia, com a ajuda dos turcos, tornou-se Vlad III. Sua coroação como rei não foi uma escolha muito fácil. Vlad era cruel e impiedoso. Tinha fama de praticante de bruxaria e adepto de satanismo. A Igreja Católica foi uma das principais opositoras da sua coroação, e consta que muitos padres foram assassinados em razão dessa oposição.
     Vlad ficou conhecido pela crueldade com que tratava os inimigos vencidos em batalha. Costumava pendurá-los em estacas enfiadas pelo ânus, razão pela qual ficou conhecido como Vlad, o Empalador.
     Em meados do século XV, (1453) os turcos otomanos haviam capturado Constantinopla e posto um fim no Império Bizantino. Depois de dominarem todos os países do Oriente Médio, que pertenciam ao antigo império romano do Oriente, os turcos se voltaram para o ocidente. A passagem natural para atingir os territórios europeus era exatamente a Valáquia, território montanhoso e de difícil penetração, protegido pelos Montes Carpatos.
     Os turcos haviam abraçado a religião do Islã e queriam divulga-la pela Europa toda. A Valáquia estava no caminho. A Igreja Católica, a mais poderosas entidades do mundo cristão tinha naturalmente todo o interesse em deter o avanço turco. Nesse sentido, deixou de lado todas as reservas contra Vlad e lhe prometeu todo o apoio para que ele combatesse e detivesse as tropas turcas nos Carpatos. Foi o que Vlad fez. Abandonando seus antigos aliados moveu uma guerra impiedosa contra os inimigos, e com isso ele impediu o avanço turco sobre a Europa. Virou um herói do mundo cristão..
      Mas tão logo a ameaça turca foi debelada, a Igreja voltou a abrir suas baterias contra o Rei Vlad III. Acusando-o sistematicamente de satanismo, heresia, crueldades, tornou a seu reinado um império de lutas, traições e assassinatos. As diversas intrigas políticas, as intermináveis lutas dinásticas que envolviam os reinos e as famílias nobres da região acabaram por isolar Vlad, que segundo a tradição, foi assassinado por seus próprios soldados. 
      Dizem que sua esposa, Elizabeth, atirou-se da torre do castelo quando ele foi sitiado pelos turcos. Sendo uma suicida, o bispo local proibiu que fosse enterrada em terra consagrada. Em consequência, teria tido a sua cabeça decepada, como era costume na época se fazer com as pessoas que tiravam a própria vida. Vlad, que estava fora em campanha militar, quando soube do ocorrido teria se insurgido contra a Igreja, passando a praticar feitiçaria e bruxaria em decorrência disso. 
      Conta-se que em suas cerimônias de missa negra, ele sacrificava crianças e bebia o seu sangue. Dai a sua fama de vampiro. Mas o mais provável é essa fama venha mesmo é do apelido herdado do pai, Dracul, o Dragão. Na verdade, esse era o título do brasão de sua família. Seu pai era membro de uma ordem de cavalaria chamada Ordem do Dragão.

       Bram Stocker aproveitou a interessante biografia do príncipe Vlad da Valáquia para escrever seu , famoso romance Drácula. O príncipe das trevas, há mais de cento e cinquenta anos tem vivido no imaginário popular, como sendo uma criatura sobrenatural, eterna, que se alimenta de sangue humano e é íntima de Satanás.
       Vários filmes já foram feitos aproveitando esse mito. Herói, vilão, monstro, demônio, e até um curioso Drácula, reencarnação de Judas Iscariotes, já ocupou as telas dos cinemas e vem sendo constantemente reprisado na televisão, aproveitando a onda desencadeada pela série Crepúsculo.Essa série  reinventou o mito do vampiro, fazendo do antigo monstro de Bram Stocker um figura romântica e sedutora, que está mais para o bem do que para o mal.
       No fundo o mito de Drácula é apenas mais uma versão da velha dicotomia que desde os primórdios dos tempos habita na mente do ser humano: a eterna luta entre o bem e o mal, entre o feio e o bonito, a bela e a fera.
       Bram Stocker foi um escritor da era vitoriana, época em que esse assunto era muito utilizado pelos escritores para lastrear suas histórias. Veja-se por exemplo, o clássico Dr. Jekil e Mister Hyde (O médico e o monstro), de RL Stevenson, publicado mais ou menos na mesma época.
       Era uma época de intensa busca espiritual. A maioria dos movimentos desse tipo nasceram nessa época. O Espiritismo, de Alan Kardec, O Teosofismo de Rudolph Steiner, a Teosofia de Madame Blavatsky. A maioria das Lojas Maçônicas de orientação espiritualista também foram fundadas nessa época.
       Bram Stocker também fazia parte da famosa sociedade “Golden Dawn”, uma espécie de Loja Maçônica mística, de orientação rosa-cruz, fundada na Inglaterra em 1887, que congregava grandes nomes da literatura e da arte mundial, tais como o poeta Yeats, o filósofo Bernard Shaw, os escritores Winn Westcott, S.L. Mathers, Bulwer Lytton, Aleister Crowley e outros, compreendendo, no total, 144 membros.
      O mito do vampiro é um clássico exemplo do fantástico influindo no real. A saga dos vampiros do crepúsculo tem rendido aos seus produtores e à jovem Stephanie Meyer um fabuloso império de dólares e fama. Muito mais que o príncipe Vlad conseguiu conquistar na sua estranha e misteriosa vida.
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 08/08/2010
Reeditado em 13/08/2010
Código do texto: T2425558
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