DIAMANTE DE SANGUE

Sinopse:

Freetown, capital da Serra Leoa, na costa Oeste da África, 1999. Solomon Vandy era um pescador que vivia numa aldeia da etnia Mende com sua esposa, Jessie, e suas três crianças. "Dia" é o nome do filho mais velho de Solomon. Ele gostava de jogar futebol e de estudar, e sonhava em viver num país livre e próspero depois que a guerra acabasse. Solomon planejava ver o filho tornando-se médico, e deixando a dura vida naquela vila de pescadores e consertadores de redes.

Serra Leoa atravessava um período bastante conturbado. Assim como havia acontecido na época dos ciclos do marfim, da borracha, do ouro e do petróleo no continente africano, a corrida atrás das minas de diamantes desencadeou uma violenta Guerra Civil que já havia custado a vida de milhares de pessoas.

A F.U.R.- Frente Unida Revolucionária é um grupo de guerrilheiros violentos que almejavam o controle do país, enfrentando as tropas do governo e ao mesmo tempo tentando desestabilizar toda a nação, destruindo aldeias inteiras, decepando as mãos de não-simpatizantes e recrutando homens para trabalhar como escravos nas minas de diamantes e crianças para serem treinados em suas fileiras para compôr a guerrilha.

Foi de repente que os guerrilheiros da F.U.R. chegaram à aldeia Mende metralhando quem encontrassem pela frente, provocando um grande tumulto e causando a separação de Solomon, que foi levado para trabalhar nas minas de diamante, e de Jessie e as crianças, que fugiram e passaram a viver como refugiados em busca de um abrigo.

O negócio de diamantes já preocupava autoridades internacionais que sabiam que o comércio das pedras preciosas encontradas nas minas de Serra Leoa era o fomentador da Guerra Civil no país, por causa do contrabando internacional de armas que acabava movimentando fortunas e envolvia subornos de alfândegas e tinha como principal "investidora" a empresa "Van De Kaap" de diamantes, que mantinham altos os preços das pedras através de um estoque secreto, o que fazia com que as pedras, chamadas de "diamantes de sangue", porque custavam a vida de milhares de pessoas, permanecessem raras do ponto de vista do mercado de jóias.

O esquema ilegal era conhecido pelas autoridades e pelos jornalistas, mas faltavam provas, "nomes, datas e números de contas".

Danny Archer, nascido na Rodésia (atual Zimbábue) era um negociador. Ele mantinha contatos de compradores de jóias em Londres, na Libéria e em outros países e trocava diamantes por armas de fogo tanto para a F.U.R quanto para as Forças Armadas do governo de Serra Leoa. Certa vez, quando tentava atravessar a fronteira com um pequeno rebanho de cabras, que na verdade continham diamantes escondidos sob o seu pêlo, foi preso por contrabando e levado para um presídio em Freetown.

Enquanto isso, Solomon Vandy encontrou na mina um diamante especial, do tamanho de um ovo de ave, transparente e brilhante. Devia ter uns 100 quilates. Solomon aproveitou que os vigias da F.U.R. estavam distraídos com as explosões devido a um ataque dos soldados do governo e escondeu o diamante primeiro entre os dedos dos pés, depois num buraco no chão. Na confusão Solomon acabou indo preso e foi parar no mesmo presídio onde estava Danny Archer.

Danny interessou-se pela história (e principalmente pelo valor) do diamante e estava determinado a ir buscá-lo com o pescador. Em troca, propôs-se a localizar e reunir a família de Solomon. Para isso, Danny contaria com a ajuda da jornalista norte-americana Maddy Bowen, que tinha acesso ao banco de dados das Nações Unidas sobre os campos de refugiados. Maddy, que já tinha estado no Afeganistão e na Bósnia fazendo reportagens, sabia que Danny era o homem que poderia lhe dar afinal os "nomes, datas e números de contas" que provariam o esquema que estabelecia a ligação entre contrabandistas de diamantes e de armas.

Bastidores: Indicado ao Oscar 2007 de MELHOR ATOR (Leonardo Di Caprio), MELHOR ATOR COADJUVANTE (Djimon Hounsou), MELHOR MONTAGEM, MELHOR EDIÇÃO DE SOM e MELHOR MIXAGEM DE SOM.

-Por este filme, Leonardo Di Caprio é um dos cinco indicados ao prêmio de Melhor Ator e Djimou Hounsou é um dos cinco indicados ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante pelo SAG (Sindicato dos Atores), que será entregue no dia 28 de janeiro de 2006. Di Caprio também concorreu ao Globo de Ouro de Melhor Ator-Drama.

Repercussão: O Cinema pode mudar o mundo?

O crítico Rodrigo Carreiro (site Cine Reporter) classificou o diretor E. Zwick como "uma espécie de contrabandista de conteúdo cinematográfico" por "disfarçar filmes-denúncia sobre política internacional como se fossem meros thrillers de ação".

Já a crítica Neusa Barbosa (site Cineweb) reduziu as intenções do filme de a um "puxão de orelhas no consumismo alienado dos compradores de diamantes ilegais".

Luiz Carlos Oliveira Jr. (site Contracampo) radicalizou e chamou de "discurso engana-trouxa"

Leonardo Heffer (site Cinema com Rapadura) informa que o filme "já começou a afetar o mercado de diamantes nos Estados Unidos desde o lançamento do longa-metragem"

Para Sérgio Rizzo (Guia da Folha), "Superprodução hollywoodiana com boas intenções pode ser produto quase tão perigoso- ao simplificar circunstâncias bem mais complicadas do que um longa voltado para o grande público consegue resumir- quanto o problema que denuncia ou que pretende denunciar. Diamante de Sangue integra essa família, a do entretenimento somado à "mensagem"sociopolítica, mas está evidentemente mais preocupado com o primeiro aspecto."

Cássio Starling Carlos (Folha Ilustrada) concorda com Sérgio Rizzo, ao dizer que " nenhuma das transformações mais recentes inventadas pela indústria é mais cínica do que o infotenimento. Sob a aura de informação e da denúncia veiculam-se produtos cujo único mérito é garantir a diversão e o bom retorno nas bilheterias.

Já para Ricardo Feltrin (Folha On Line) "é saudável que a cultura cinematográfica hollywoodiana de vez em quando se lembre do horror que habita o outro lado do mundo"

Segundo Isabela Boscov (VEJA) "Sinal de que Diamante de Sangue toca num ponto sensível é que a indústria de diamantes armou uma campanha de relações públicas para alardear a eficiência do chamado Processo Kimberley – sistema que obriga os governos signatários a detalhar a trajetória de cada pedra, desde seu garimpo de origem. Até Nelson Mandela, a autoridade moral inconteste da África, manifestou preocupação com os efeitos do filme. Um boicote indiscriminado aos diamantes do continente, defendeu ele, faria ruir as economias que têm na extração legítima sua maior fonte de renda, como as da África do Sul, Botsuana e Namíbia. De acordo com a indústria, desde 2003 o Processo Kimberley reduziu de 4% do total para 1% a circulação dos "diamantes de conflito". Num mercado de 60 bilhões de dólares, isso significa que, a cada ano, ainda sobram 600 milhões de dólares com os quais comprar violência na África. É para eles que, muito apropriadamente, Diamante de Sangue pretende chamar atenção".

Ficha Técnica:

(Blood Diamond, EUA, 2007)

Aventura/ Drama

Direção: Edward Zwick

Roteiro de Charles Leavitt e C. Gaby Mitchell. Produzido por Edward Zwick, Paula Weinstein, Darrell Roodt, Graham King e Marshall Herskovitz. Elenco: Leonardo DiCaprio (Danny Archer), Djimon Hounsou (Solomon Vandy), Jennifer Connelly (Maddy Bowen), Chris Astoyan (Billy), Stephen Collins,David Harewood (Capitão Poison), Ato Essandoh, Caruso Kuypers (Dia), Benu Mabhena (Jassie), Arnold Vosloo, Francois Grobbelaar (Mercenário), Caruso Kuypers (Dia), Benu Mabhena (Jassie), Adetokumboh M'Cormack, Jimi Mistry, Ntare Mwine (M'ed), Michael Sheen, Basil Wallace.

AIRTON SHINTO
Enviado por AIRTON SHINTO em 08/01/2007
Reeditado em 23/01/2007
Código do texto: T340672