A Perseguição (Análise e Crítica)

Se por acaso alguma vez você já tenha assistido a um filme no qual Liam Neeson atuou e não gostou do resultado, marque qualquer uma das alternativas ao lado: a) ou o roteirista não soube fazer um papel à sua altura; b) ou a culpa foi do diretor, que não conseguiu aproveitá-lo. O fato é que Neeson pode ser considerado um dos melhores atores da atualidade, incrivelmente versátil, o que se pode perceber na sua mais recente produção a estrear aqui no Brasil.

“A Perseguição” (The Grey, no original) é um misto de ação e suspense, que narra o drama de sete sobreviventes de um desastre aéreo, no coração do Alasca. Além de tentarem não morrer por conta do frio e da fome, contam com uma ingrata surpresa: caíram bem no meio de uma toca de lobos enormes, selvagens, extremamente territoriais e famintos. Assim, nada mais lhes resta ademais o fato de conseguirem lutar por mais um dia...

Além do fôlego trazido ao longa por conta das boas interpretações, outros componentes fazem o espectador compartilhar da angústia de cada um dos personagens. Dentre eles, destaca-se uma excelente direção de filmagem, com uma câmera frenética, na querência de registrar toda a tenção das situações a que os homens eram submetidos; uma trilha sonora impactante, bastante precisa; uma sonoplastia que nos fazia sentir realmente estarmos no meio daquelas tenebrosas nevascas; e uma bela fotografia, principalmente nas cenas com tempo aberto, com lindas paisagens gélidas. Esteticamente falando é, em suma, uma película muito rica.

Embora o roteiro apresente chavões clássicos aos filmes que envolvem sobreviventes (o que se sacrifica pelo grupo, o que quebra um membro inferior, o medroso, o do contra etc), as relações de amizade construídas por esses trabalhadores, que a princípio só se conheciam pelo sobrenome, vão se responsabilizando pelo viés mais dramático do filme, que, em meio a esse cenário infortúnio, contém também alguns diálogos engraçados, pois o texto é bom, com metáforas bem elucidativas para os contextos apresentados.

Portanto, “A Perseguição” vale a saída de casa para ir ao cinema. É uma boa dica de entretenimento, principalmente àqueles que gostam de fortes emoções e de alguns sustos. E se Liam se encontra em dívida com você, eis aí uma boa forma de tirar esse mal-entendido. Inclusive, o ator ainda está em cartaz em outro filme: “Fúria de Titãs 2”, como Zeus, numa atuação contida e mediana (Lembra-se das alternativas?), e em breve no arrasta-quarteirão “BattleShip”. Mas isso fica para uma próxima ocasião...

Nota 8,5.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 21/04/2012
Reeditado em 26/05/2013
Código do texto: T3625212
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.