Quem tem medo de Virginia Woolf? (Whos afraid of Virginia Woolf? – Mike Nichols – 1966)

Quando há algum tempinho saí do cinema após assistir Closer fiquei encasquetado com aquele diretor. Com seus closes e sua análise contundente da natureza humana. Com ótimos diálogos eu estava apaixonado pelo filme, por Natalie Portman e pela direção.

Quando cheguei em casa fui pesquisar sobre Mike Nichols, até então, o cara da facada. Pois o filme é um soco no egoísmo amoral do ser humano. E fui lendo e lendo e descobri esse primeiro filme de sua carreira. Que quase 100% das pessoas diziam ser muito mais forte e contundente que Closer, fiquei chocado e me pus a caçar esse exemplar para vê-lo.

Após terminar de ver o filme, que é uma experiência forte, estava convencido que Mike Nichols marcou o cinema com Quem tem medo...

Sua visão da sinceridade, da manipulação sem escrúpulos, da mente humana é muito profundamente desenvolvida nos personagens (quatro, assim como em Closer) que vão se desnudando através das conversas que tem.

Mexendo muito bem com frustrações e desejos humanos o roteiro se sustenta durante todo o filme, o que é complicado já que o filme se passa em 2 cenários apenas. Pouco explorando esses e colocando-os como lugar de confinamento para a descoberta e jogos dos personagens.

Nem preciso destacar a performance dos atores, mesmo sendo, em algumas partes, medianas, elas ficam acima da média de qualquer filmezinho de hoje. Eles dão dimensão aos seu personagens de forma que nos identifiquemos com eles.

A trilha sonora, a fotografia e tudo o mais dão o tom certo ao filme, já que refletem estados emocionais e momentos de tensão muito bem.

Vale a pena conferir esse exemplar único do estudo de personagens e admirar o que Mike Nichols consegue com seu primeiro filme.