Quando se está Pronta para Amar?

Um típico estereótipo da figura feminina livre dos pré-conceitos e do machismo de tempos atrás. Assim é Marley Corbett, mulher sem medos aparentes, bem resolvida com o corpo que tem, que pedala de saia e se destaca com opiniões próprias e ousadas na agência de publicidade em que trabalha. Uma ninfomaníaca que assume os riscos de ser feliz sozinha, “porque relacionamentos são foda”.

Mas aí é que chegamos à pergunta do título: quando é que se está Pronta para Amar? Será quando já se “provou de tudo” e está buscando colo e conforto? Será essa a imagem que Hollywood tem das mulheres dos dias atuais? E o amor tem lá data certa para acontecer?

Interpretada por Kate Hudson, Marley é de poucos e sinceros amigos, tem um cachorro fidedigno e uma vida de contrastes: é uma mulher independente e segura de si, que agrega à sua personalidade elementos infantis como um balanço, a presença dos pais e a própria bicicleta. E isso mostra que, apesar do julgamento que faz de si mesma, ainda há algo para completá-la, algo de que ela mais tema do que a própria morte. É o medo de amar, de envolver-se, de sofrer ainda em vida.

E não é a primeira vez que vemos um filme em que a protagonista não acredita em relacionamentos, muito menos no “viver felizes para sempre”. Em comédia seria um tanto clichê, imagine então trabalhar a temática de forma inovadora em um drama…

A vida de Marley começa a mudar quando ela descobre um câncer. E ela encara e não deixa de viver. Gael Garcia Bernal, no papel do charmoso Dr. Julian, meio bobo e pacato, não passa despercebido por Marley que, como mulher destemida, investe dando os primeiros passos na relação. E é aí que uma linda história de amor tem começo, meio e fim, literalmente.

Um filme de belas interpretações, de momentos imprevisíveis, fotografia bem elaborada, trilha que conta bem a trama e uma boa dose de reflexão, além do esperado entretenimento.

Fonte: http://www.cinemaslumiere.com.br/blog/quando-se-esta-pronta-para-amar/