Ensina-me a Viver

Filme que para mim foi dramático e dissociativo, mas tem valor terapêutico e diverte em sessões da tarde de outrora. Parece-me datado porém sua mensagem é indicada a jovens imaturos, desiludidos ou com quinze anos incompletos.

A história é o de um garoto/rapaz imaturo e excêntrico, que possui humor negro e vive constantemente "brincando" com várias formas de morrer sem chegar à vias de fato. Sua mãe fica entendiada e quase não compreende os anseios ocultos do filho ou desse adolescente problemático de todos nós, pois a fase é de expectativa e aprendizado de vida - ficando difícil manter o rapazola ela o ignora e o deixa assustar a criadagem. Sendo filho único ( não se sabendo se existe ou não um irmão mais conciliador ) se apóia em aventuras fora de casa aprimorando sua "arte" extravagante para todos. E um dia teve a boa sorte de encontrar respostas em outra pessoa. E enquanto isso fica tentando se relacionar com meio mundo, mas falha no intento, por causa de sua aparente inocência lúgubre...

Um certo momento do filme ele encontra uma velha senhora que aparenta estar em fase terminal da vida, dedicada a curtir a vida e contudo ela nunca se deixa abater em sua realidade acomodada. A vida dessa velhinha tão pra frente assusta um pouco o garoto sem amjgos e ele se apega aos poucos aos encantos ( e um certo amôr platônico pueril, sem maldade explícita por parte dele ) e se deixa levar com aquela velha Hippie e baixinha. O amôr dos dois cresce ao longo do filme e ao chegar a um certo exagero acaba em aceitação mútua por parte deles - a solidão de ambos e uma necessidade de amôr mais que fraterno agora perdido em nosso tempo moderno e sem graça. A película está datada, porém mantem o charme diante de tanta revelação entre duas gerações e comove algo da juventude sempre cambiante e alheia À vida sem sentido.

No fim o rapaz evolui, cresce e amadurece pensamentos e ações. E esse final foi e ainda é sintomático para alguns e eu confesso que me espelhei nas angústias reprimidas do garoto rico e

imaturo demais. E leva-se um tempo entender as amarguras de uma idosa faceira, sua extrema solidão que para ele está animada de vida que o riquinho esquisito desconhece em sua vidinha vazia. A senhora tão delicada, aberta e franca destoa daquele camaradinha perdido, desumanizado, desmotivado e não amado. Um filme de bo índole e atemporal por assim dizer, e do mesmo nível, se me atrevo a dizer, do "Ao Mestre com Carinho" com Sidney Poitier. Ambos são impactantes e datados, mas comteporâneos para diversas gerações desde então. Eu assisti aos dois e amei o seu contexto, sua piedade, compaixão e humanismo. Cada qual lida com a juventude de classe média ( alta, baixa, tanto faz... ) com destemida e louvável

sabedoria de seu enredo atemporal, agradável e persornalizado. E os jovens nunca estão perdidos mesmo que abandonados, esperança renhida na história das cidades. O " Ensina-me a Viver" existem outros exemplos do quão imenso é o hiato entre gerações sem diálogo e seres humanos tímidos e sem amôr. Tal exemplo de cinema simplório ou de vanguarda, se assim quiserem, nem sempre surge para surpreender-nos e é raro expor a realidade sem aforismos tecnicistas ou efeitos cinematográficos. A simplicidade exige script e diretores de nomeada, agradando o público e ofereendo mais perguntas do que respostas imediatistas. Pena que o cinema latino não "bebe" desse cinema mais mundano e mais simples...

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 22/01/2014
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