RESENHA CRÍTICA DO FILME O NOME DA ROSA

O Nome da Rosa é um filme de 1986 dirigido por Jean-Jacques Annaud. Baseado no romance, que tem o mesmo nome da longa metragem, de Umberto Eco, o filme retrata a discussão entre William de Baskerville, um monge franciscano, e Adso von Melk, seu noviço, e os monges beneditinos para resolverem as causas das mortes no mosteiro.

O franciscano William, um homem douto e exímio conhecer da filosofia antiga, procura resolver as causas da morte dos monges beneditinos a partir da razão, de uma observação lógica e esmiuçada da situação perene. No entanto, os monges e alguns franciscanos que estavam no mosteiro procuravam a resolução no sobrenatural, tais como o fim do mundo e o demônio. É importante ressaltar o fanatismo religioso da época que enxergava nos problemas diversos da comunidade/sociedade a ação do demônio, enquanto, muitas vezes, o ocasionador de tais problemas estava no homem.

Um problema contínuo no homem, seja ele religioso ou não, é a moral. O ser humano encontra-se entre excesso e a falta, dois extremos que o deixa desequilibrado moralmente, fazendo com que ele perda o fim último do homem: a felicidade. Tanto o excesso quanto a falta não levam a felicidade. Então, o que leva a felicidade? Aristóteles, na sua obra Ética a Nicômaco, chega à resposta: que a felicidade encontra-se no “meio-termo” e o modo para chegar a ela é a virtude. Assim ele define: “A virtude é uma disposição para escolher, ela consiste na escolha do justo meio relativo à nossa natureza, efetuada segundo princípio racional e fixado pelo homem prudente”. Ou seja, a virtude é um hábito de escolher aquilo que está no meio entre os excessos.

Esse problema moral concerne aos relatos retratados no filme. É essa a conclusão que o franciscano William chega: o problema não está no demônio, mas no próprio homem que se desvirtuando, causa desequilíbrio na comunidade.

O cineasta foi feliz ao mostrar de forma bela e inteligente, baseando-se na ética grega, a respeito da moral, que atinge também as comunidades religiosas, e que é essencial para a felicidade de uma comunidade ou uma sociedade, em geral.