Sailor Moon Crystal 8: as cinco guerreiras se reúnem

SAILOR MOON CRYSTAL 8: AS CINCO GUERREIRAS SE REÚNEM
Miguel Carqueija


A aparição de Sailor V (Sailor Vênus) com seu gato guardião Artêmis completa a equipe das marinheiras-guerreiras. Para Sailor Moon, Sailor Mercúrio, Sailor Júpiter e Sailor Marte, Minako Aino, a Sailor Vênus, faz importantes revelações sobre o distante passado e a natureza do inimigo que elas devem enfrentar. O grande inimigo é Queen Metalia, um demônio de grande poder que se libertou de seu lacre milenar. Sailor Vênus apresenta-se como sendo a Princesa da Lua, Serenity, que todas procuravam. Mas tal revelação esconde um secreto desígnio da sailor que, bem antes das outras, já atuava: ela é o alvo, o chamariz para que o inimigo não ataque a verdadeira Princesa...


Resenha do episódio 8 – “Minako – Sailor Vênus” (Toei Animation, Japão, 2014) do seriado de animação “Sailor Moon Crystal” – criação da personagem e supervisão do animê: Naoko Takeushi. Direção: Munehisa Saka. Sailor Moon (Usagi Tsukino) dublada por Kotono Mtsuishi.


“Aqui na Terra eu sou Aino Minako.”
(Sailor Vênus)

“No começo Artêmis e eu resolvíamos casos misteriosos que ocorriam em Tóquio. Conforme coletamos informações, percebemos que havia uma sombra muito maior por trás dos incidentes, que era o Dark Kingdom.”
(Sailor Vênus)

“Além disso ele está sob controle de uma energia maligna que emergiu da escuridão. Algo nunca visto antes, uma essência demoníaca.”
(Sailor Vênus)

“Para obter poder ele deseja a pedra sagrada do Reino da Lua, o Lendário Cristal de Prata. Além disso ele pretende governar a Terra.”
(Sailor Vênus)

“Ele destruiu o Reino da Lua, o Milênio de Prata, e roubou a felicidade de todos.”
(Sailor Vênus)

“Nos momentos difíceis, nós nos apoiamos.”
(Sailor Júpiter)


A densidade da saga de Sailor Moon é tamanha que pecam por superficialidade aqueles que classificam a série como infantil, apesar de certas ingenuidades de roteiro (presentes principalmente no seriado de animação dos anos 90). Na verdade Sailor Moon apresenta quatro níveis de leitura: infantil, adolescente, adulto e místico. As revelações de Sailor Vênus no capítulo 8 de “Sailor Moon Crystal” adensam a narrativa, tornando-a assaz instigante e fazendo lembrar o clima das histórias de terror do autor norte-americano H.P. Lovecraft, que Naoko Takeushi talvez tenha lido. Sailor Moon é uma espécie de inversão dos “Mithos de Cthulhu” de Lovecraft; o mal ancestral aí está, lembrando Satã no Apocalipse, em sua prisão milenar (e Metalia é uma figura de Satã, como Sailor Moon é uma metáfora de Jesus Cristo; metáforas são relativas, é claro); mas ao contrário das obras de Lovecraft, onde o Cristianismo é inóquo e o mal é absoluto, praticamente irresistível (só se pode fugir dele ou evitá-lo), em Naoko Takeushi o mal é decididamente enfrentado pelas forças do bem.
Sailor Moon é uma história de reencarnação. Não aquela do Espiritismo Kardecista, onde todos reencarnam milhares de vezes em planetas diversos, mas, ao que parece, mais ligada a elementos do Xintoísmo, a principal religião do Japão. As guerreiras sailors só reencarnaram uma vez, sendo elas uma raça cósmica intermediária entre anjos e homens, defensoras do universo físico. As que protegiam o mítico Reino Lunar, milhares de anos atrás, morreram quando da destruição do referido reino, durante um ataque maciço do Mal em estado puro. Como Satanás no Apocalipse, a mente maligna que atacou a Terra e a Lua foi afinal selada por milênios, mas o selo foi quebrado e as guerreiras lunares reencarnaram na Terra para concluir a sua missão. Os antigos adversários — o Reino Escuro chefiado pela sinistra Rainha Beryl e que serve ao demônio Metalia, e as guerreiras do desaparecido Milênio de Prata da Lua — estão de volta para o definitivo acerto de contas...




imagem da ópera "La Reconquista" (Sailor Moon e Tuxedo Kamen)
(fonte sossailormoon)