Alice através do espelho

Bem, vamos começar do início! O enredo é bem desenvolvido pelo cineasta e pela franquia na composição dos cenários, das personagens tudo muito detalhista e colorido, por sinal muito belo.

O foco narrativo é em primeira pessoa, a narradora é onisciente, ou seja, ela sabe de tudo.

As personagens redondas e protagonistas são: Alice, Chapeleiro, rainha branca, rainha vermelha e o tempo que são imprevisíveis, cheias de conflitos e mudam diante das situações. E as personagens planas e secundárias são: os irmãos Tweedles, o gato, o coelho, o ratinho e outras personagens do mundo subterrâneo que são rasas e previsíveis, ou seja, não mudam sua essência durante o desenrolar dos fatos.

Alice ( Mia Wasikowska), não narra apenas a sua volta ao país das maravilhas, mas o dilema de seu amigo Chapeleiro ( Johnny Deep), e o conflito de infância entre as irmãs: rainha branca ( Anne Hathaway) e a rainha vermelha ( Helena Bonham), as questões temporais ( Sacha Baron) e dos moradores do mundo subterrâneo.

Alice depois das viagens e conquistas marítimas volta para casa e não gosta do cenário e da situação atual e então senta-se e vê seu amigo absolem. Curiosa, como sempre, ela atravessa dessa vez pelo espelho e retorna ao país das maravilhas. Lá ela descobre que o Chapeleiro já não era mais o mesmo, assim ela se propõe a ajudar o amigo, porém a única forma de fazê-lo é viajando no tempo.

A parte mais encantadora do filme é quando ela chega ao palácio do tempo.

A marcação do tempo é feita desta forma: a hora como auto se intitula: "_ Eu sou a personificação do tempo!" é representada pela figura humana e os minutos e segundos são robôs que controlam todas as engrenagens do grande relógio.

Para Alice o tempo é um vilão, pois havia tirado tudo o que ela mais gostava. Pelo desenrolar do trailer nós também temos está impressão, mas assistindo o filme descobrimos que não . Então a menina rouba a cronoesfera que possibilita a sua volta no tempo.

Regressando ela descobre várias coisas a repeito de seus amigos e consegue entender melhor por que a coisas chegaram ao ponto atual, contudo também descobre que não poderia alterar o tempo.

O tempo da narrativa é cronológico, pois há a identificação dos dias, anos e a marcação é feita pelo relógio, na viagem podemos ver no mar as épocas e datas que Alice tinha que voltar, quando ela tenta impedir o acidente da rainha vermelha ela guia-se pelo horário, quando ela conhece o clã da cartola e família do Chapeleiro e descobre porque ele tinha este ofício por herança, a hora marcada do chá dos pirados, nas suas viagens com a embarcação no mundo real as datas são enfatizadas e era uma época onde a mulher não tinha tanto espaço nas atividades da sociedade. O flash-back , a viajem no tempo é crucial para entendermos a história atual. É interessante a reunião de vários termos e ditados populares relacionados ao tempo ditos pelo Chapeleiro e seus amigos pirados ao próprio tempo no chá da tarde, pois nos faz refletir. O tempo psicológico está presente na subjetividade de cada personagem, nas suas angústias, confusões e conflitos vividos.

Bom, com ajuda de seus amigos e do tempo Alice consegue ajudar o amigo Chapeleiro. A rainha vermelha também regressa no tempo com sua irmã e assim resolvem seu problema de infância, neste filme descobrimos porque Iracebeth era tão má e cabeçuda. Com tudo resolvido Alice reconhece que o tempo não é um vilão que ele dá antes de tirar. Ela se despede do amigo e volta para casa onde as coisas também mundão graças a mãe de Alice e atitude da menina. Alice continua com sua empreitada, mas agora acompanhada por sua mãe. Assim as duas quebram as regras de seu tempo e provam que mulheres também podem desempenhar funções de homens e que também tem o direito de se realizar enquanto indivíduo.

Este filme tem tantas lições lindas e é indicado a qualquer faixa etária. Venha descobrir o que tempo pode realmente causar e o que a pessoas também podem causar a si mesmas e aos outros; que família é o bem mais importante que temos; que devemos encontrar tempo para aqueles que amamos. Isto torna a narrativa atemporal, ou seja, ela serve para qualquer tempo, pois aborda assuntos pertinentes a todas as épocas e situações. Faça como Alice e volte no tempo!

Renata Stefânia
Enviado por Renata Stefânia em 03/06/2016
Reeditado em 13/06/2016
Código do texto: T5655536
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