O TALISMÃ ESCARLATE, 2 – a “ayakashi” da água

O TALISMÃ ESCARLATE, 2 – a “ayakashi” da água
Miguel Carqueija

No segundo episódio da mini-série japonesa de animação “Omamori Himari” (Talismã escarlate) Yuto e Rinko tentam conviver com Himari, a gata-samurai ayakashi (os ayakashi estão entre os seres fantásticos das mitologias japonesas) levando-a para escolher roupas e depois na praia, onde não falta a presença incômoda de Taizo, o colega pervertido de Yuto e Rinko (e que costuma apanhar das mulheres por conta de seu assanhamento). O erotismo de algumas cenas (inclusive provocações de Taizo) não abalam o comportamento irrepreensível de Yuto, um garoto de 16 anos cujo respeito para com o sexo oposto é exemplar.
Mas, o relaxamento termina quando surge o ataque da ayakashi Shizuku, uma garota magra e de voz aveludada, ligada à água. Conseguindo isolar junto a um barranco Yuto e Himari, ela procura matá-los com a ajuda de uma anêmona gigante cheia de tentáculos. Para Shizuku o jovem Yuto é um caçador de ayakashis que acaba de despertar e que deve ser eliminado. Afinal, o clã Mizuchi, ao qual ela pertence, foi em parte exterminado, cem anos atrás, pelos caçadores de ayakashis. Até aqui ela vê Yuto como um inimigo mortal. Mas Yuto, pacífista por natureza, não tem culpa de ser herdeiro dos caçadores do passado.


Resenha do capítulo 2 — “Gaivota mexida” — da mini-série de animação “Omamori Himari” (O talismã escarlate). Adaptação do mangá de Milan Matra publicado entre 2006 e 2013 pela Kadokawa Shoten (Japão). Zexcs Estúdio, 2010. Produção: Seiichi Hachna. Direção: Shinji Ushiro. Roteiro: Katsumi Hasegawa. Música: Yukari Hashimoto.
Elenco de dublagem:
Himari Noihara...............Ami Koshimizu
Yuto Amakawa...............Daisuke Hirakawa
Rinko Kuzaki...................Iori Nomizu
Taizo Masaki..................Tatsuhisa Suzuki
Shizuku...........................Kei Shindõ


“Eu realmente gosto de você e vou sempre gostar de você.”
(da canção-tema de abertura)

“Eu ainda não consigo acreditar que monstros como esse realmente existem.”
(Rinko Kuzaki)

“Se algo lhe acontecer eu nunca ficaria feliz em escapar!”
(Yuto Amakawa)


Não estando em seu elemento e não se dando muto bem com água, Himari não consegue operar a sua atuação habitual de samurai. Gravemente ferida durante o confronto com Shizuku ela manda Yuto fugir, enquanto ela retém a inimiga. Mas Yuto se recusa a deixá-la para trás, e a lealdade do rapaz abala as convicções de Shizuku. Contrariando as ordens recebidas ela se retira, pois aquele inimigo não é o que ela esperava. Alguém capaz de se sacrificar por uma guarda-costas não configura a imagem que ela tem de um caçador da sua raça, que seria um ser cruel e implacável.
As pessoas mansas e pacíficas possuem um estranho poder: o de desarmar os espíritos agressivos. O episódio termina com a indefinição de Shizuku: ela já não tem certeza de que deseja matar Yuto. A bondade do rapaz começou a tocá-la...

Rio de Janeiro, 10 de maio de 2018.



(na imagem, o embaraço de Yuto diante de Himari, a ayakashi-gata que surgiu para ser sua guarda-costas nada tímida)