A "Sinfonia da fazenda" de Disney

A SINFONIA DA FAZENDA DE DISNEY
Miguel Carqueija

Resenha do desenho curto “Farmyard symphony”. Walt Disney Animation Studios, EUA, 1938. Distribuição: RKO Pictures. Produção de Walt Disney. Direção: Jack Cutting. Música: Leigh Harline. Com trechos de melofdias de Beethoven, Rossini e Wagner. Duração: 8 minutos. A cores.

Este desenho faz parte da série “Silly Symphonyes” com que Walt Disney, durante dez anos, focalizou assuntos que beneficiavam a trilha musical, inclusive com o aproveitamento da músuca de grandes mestres, e que preparou o caminho para a longa-metragem “Fantasia”, de 1940.
Aqui temos uma deliciosa vinheta que mostra, de forma incruenta (nenhum animal é sacrificado) a vida diária numa fazenda cuidada por um casal. Vemos praticamente de tudo: touro, galo, galinhas, patos, marrecos, porcos, ovelhas, cavalos, cordeiros, burro, bode, gansos. Não há propriamente uma história. Um dos leitões não consegue vaga nas tetas da mãe e tenta filar comida em outros lugares, sendo escorraçado por todo mundo mas descobrindo no fim um filão de espigas de milho. O galo resolve paquerar uma galinha mais bonita que as outras – única parte que me pareceu dispensável – e a corrida para pegar a ração que o casal espalha é o clímax da vinheta. O detalhismo e a singeleza dos desenhos de Walt Disney estão aí presentes, inconfundíveis.
As “Tolas sinfonias” foram produzidas entre 1929 e 1939, e marcaram época. Algumas, como “Flores e árvores”, de 1932, chegaram a receber o Oscar.

Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2018.