A CANÇÃO DE BERNADETTE (1943)

Esse cultuado clássico, com direção eficiente de Henry King, é um dos mais belos, senão o mais belo filme com tema religioso já realizado. Baseado no Best-seller de Franz Werfel, conta a história verídica de Bernadette Soubirous, uma menina de 14 anos que numa tarde de 1858 teria presenciado a aparição de uma “bela senhora” na gruta de Massabielle, em Lourdes, França. A notícia se espalha rapidamente entre os aldeãos que logo associam a aparição à figura de Nossa Senhora, mãe de Jesus. A gruta começa a atrair um grande número de peregrinos, aumentando dia após dia à medida que Bernadette vai tendo outras visões, sempre no mesmo local e da mesma mulher. A igreja católica assume uma postura de cética prudência enquanto as autoridades civis tomam Bernadette inicialmente como charlatã, e depois como louca. O prefeito, juntamente com o comissário e o promotor imperial, procura de todo modo desacreditar e ridicularizar a adolescente perante a população, Submetem-na a sessões de interrogatório para intimidá-la, expondo-a a constrangimentos inadmissíveis nos dias de hoje. Mas Bernadette, apesar de toda essa pressão psicológica, continua a afirmar, convicta, a autenticidade das aparições.

Vencedor de 4 Oscars, inclusive o de melhor atriz para Jennifer Jones no papel de Bernadette, Esse filme aborda um mito cristão sem ser muito solene e sem cair na banalidade. Henry King soube dosar perfeitamente a dramaticidade, sem desbancar em exageros. A atuação de Jennifer Jones é perfeita. Sua representação é contida, simples, e mostra, de forma verdadeira, o retrato de uma adolescente humilde e de fé inabalável, enfrentando, com a inocência, a incredulidade de seus opositores. Os atores coadjuvantes foram muito importantes também para o bom resultado: Gladys Cooper, Anne Revere, Charles Bickford ( esses, indicados ao Oscar) e mais Vincent Price e Lee J. Cobb, todos entregam uma ótima atuação. A CANÇÃO DE BERNADETTE é lindo, envolvente, e comove até os mais insensíveis e céticos. É um verdadeiro espetáculo da sétima arte.

Bia Borges
Enviado por Bia Borges em 01/11/2018
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