CANAAN episódio 9: a vila que desapareceu

CANAAN episódio 9: a vila que desapareceu
Miguel Carqueija

Feroz metáfora sobre a crueldade humana, a série “Canaan” leva a ação finalmente para a misteriosa vila que foi arrasada pelo vírus produzido artificialmente, o UA, utilizado para fazer experiências com seres humanos. Revela-se aqui como a CIA e a COBRA atuaram juntas nesse ignorado local do Médio Oriente, de onde afinal vieram Yun Yun e Akko.
Assim surgiram os sobreviventes da epidemia, os “borners” e os “undloons”, estes últimos os que deram menos certo.
E é aí que haverá mais um encontro entre Canaan e sua desafeta Alphard, agora líder da Cobra. E no meio delas a ensandecida Liang Qi, ex-auxiliar de Alphard, fanática assassina, e agora renegada. Alphard pensa em matá-la, o que acarreta uma desavença entre ela e o patético Cummings. Mas depois ela muda de ideia. E Canaan, privada da sinestesia que antes a guiava (o esforço para desviar o míssil causou uma cegueira sinestésica temporária), acaba sendo atingida por um desabamento causado por Liang Qi, cujo helicóptero era perseguido pelo de Alphard. Fugindo, a terrorista deixa o caminho livre para Alphard mais uma vez confrontar sua irmã de criação. Percebe-se que Canaan, caída em meio aos destroços, coberta de caliça, não tem forças para lutar. Alphard por alguma razão a poupa, ao que parece por desejar uma luta equilibrada. E vai embora desafiando os demais que estavam com Canaan: Santana, Mino, Yun Yun, Maria e Akko.


Resenha do episódio 9 (Flor do passado) do seriado japonês de animação “Canaan” (Kanan). Estúdio PAWorks, 2009. Criação de Kinoto Nasu e Takashi Takeuchi com base em seu jogo “428: Shibuya scramble”. Direção: Masahiro Andõ. Produção: Hiroshi Kawamura, Jiro Ishii, Kei Fukura, Kenji Orikawa, Shigeru Saitõ, Yaswhi Õshima. Roteiro: Mari Okada. Música: Hikaru Nanase.
Elenco de dublagem original:

Canaan..................................Miyuki Sawashiro
Alphard al Sheya...................Maaya Sakamoto
Oosawa Maria.......................Yoshino Nanjo
Minoru Minorikawa (Mino)...Kenji Hamada
Siam.......................................Akio Õtsuka
Liang Qi..................................Rie Tanaka
Yunyun...................................Haruka Tomatsu
Cummings..............................Toru Okawa
Santana..................................Hiroaki Hirata
Hakko.....................................Mamiko Noto
Yuri Natsume.........................Junko Minagawa
Kenji Oosawa.........................Atsushi Ono
Jin (taxista).............................Joji Nakata


“Quando você mostrará sua verdadeira força?”
(Alphard para Canaan)

“Este é um mundo que você não entenderia.”
(Yun Yun para Maria)

“O sentimento de desistir da sua vida, por alguma razão, não gosto dele.”
(Canaan para Yun Yun)

“E nós estamos vivendo esse pesadelo cruel e extremo.”
(Santana para Mino)


Cenas patéticas acontecem ao longo deste capítulo antológico. Por exemplo, Yun Yun, pessoalmente uma pessoa engraçada, é uma “borner” que para sobreviver necessita de um remédio que lhe era fornecido pela Cobra. Agora porém ela se afastou da Cobra, e se conforma em ir morrer na vila onde nasceu, a famosa vila que desapareceu. A sua conformidade com a morte irrita a inofensiva Maria, que pela primeira vez na vida agride uma pessoa a socos. Ela não quer que Yun Yun morra, que desista de viver e é surpreendentemente apoiada por Canaan.
Aliás Canaan é uma matadora e mercenária diferente, que convive normalmente com pessoas normais, para usar uma redundância. Ela é tranquila. O maior problema e a “borner” Akko, uma mulher até atraente, mas não pode abrir a boca, ou seja, falar, porque sua voz é mortal. Começa causando uma grande dor nos ouvidos. A própria Canaan é vulnerável. Santana, que de brigas anteriores com o repórter Mino agora se entende com ele, reconhece que Akko, embora o acompanhe na aventura, não o perdoou, pois Santana participou da destruição da vila. Ele confidencia a Mino que, no início, achava que estava apenas cumprindo um dever. Mas a ficha caiu. Agora o mal que fez no passado persegue Santana.

Rio de Janeiro, 4 de março de 2020.