SCANNERS, SUA MENTE PODE DESTRUIR (1981)

5 segundos: a dor começa; 10 segundos: você não pode mais respirar; 15 segundos: você explode. Essa é a terrível sentença de morte para todo aquele que tem a infelicidade de cruzar o caminho de um scanner, indivíduo com poderes telepáticos e telecinéticos em SCANNERS, SUA MENTE PODE DESTRUIR, produção de 1981, escrita e dirigida por David Cronenberg, que depois iria ser o responsável por outras obras bizarras como A MOSCA (1986) e MISTÉRIOS E PAIXÕES (1991).

Na trama, um scanner, Cameron Vale (Stephen Lack), é capturado por prepostos da empresa ConSec que o convence, na pessoa do Dr. Paul Ruth (Patrick Mcgoohan), a enfrentar Darryl Revok (Michael Ironside), um outro scanner que está tramando, juntamente com um grupo de homens também com habilidades psíquicas, derrubar o governo americano e se apossar do poder, para daí partir para a conquista do planeta.

SCANNERS, SUA MENTE PODE DESTRUIR não é o que se pode considerar como um bom filme de terror, porém o talento de Cronenberg e a atuação convincente do elenco principal acabam por fazer a coisa funcionar, elevando a obra do resultado medíocre ao supramediano. Os personagens são complexos, não são bons nem ruins, eles apenas têm motivações diferentes para justificar os seus atos, o que os aproxima mais da realidade. A direção é segura, muito embora haja alguns erros de continuidade, o que é perdoável, considerando a inexperiência de Cronenberg que ainda estava iniciando na arte cinematográfica. Derrapadas à parte, ele consegue criar toda uma atmosfera de tensão, causada pela ameaça sempre iminente de uma conspiração, e esse é um dos pontos fortes do longa.

Para os amantes do gore SCANNERS, SUA MENTE PODE DESTRUIR é um prato cheio. Nele podem-se ver cabeças explodindo, feridas pustulentas estourando, corpos em combustão e tiros, muitos tiros. Os efeitos são datados, a violência gráfica vista na tela não é mais tão impressionável quanto o foi na época de lançamento do filme, mas isso, de jeito nenhum, estraga a experiência. No final, colocando tudo na balança, considerando os pós e os contras, o saldo é positivo. SCANNERS, SUA MENTE PODE DESTRUIR é o típico caso do filme que é ruim, mas, no final das contas, acaba sendo bom.

Bia Borges
Enviado por Bia Borges em 07/04/2020
Reeditado em 07/04/2020
Código do texto: T6909323
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