A mulher de verde

A MULHER DE VERDE

Miguel Carqueija

 

Resenha do filme “The woman in green” (A mulher de verde). Universal Films, Estados Unidos, 1945. Produção e direção: Roy William Neill. Roteiro: Bertram Milhauser, com base em caracteres da obra de Sir Arthur Conan Doyle (obs. na internet há outras informações: a fita se basearia em dois contos de Conan Doyle, “The empty house” e “The final problem”, e na wikipedia consta o nome do conhecido escritor policial Frank Gruber como roteirista; mas com a mania de pseudônimos dos escritores norte-americanos, pode ser que Gruber e Milhauser sejam a mesma pessoa). Fotografia: Vireil Miller. Música: Mark Levant.

Elenco:

Sherlock Holmes..............................Basil Rathbone

Dr. Watson.......................................Nigel Bruce

Lydia.................................................Hillary Brooke

Professor Moriarity..........................Henry Daniell

Fenwick............................................Paul Cavynigh

Inspetor Gregson.............................Metthew Boulton

Maude Fenwick...............................Eve Amber

Dr. Onslow.......................................Frederic Worlock

Cabo Williams..................................Tom Bryson

Crandon...........................................Sally Shepherd

Mrs. Hudson....................................Mary Gordon

 

 

É um tanto estranho o título dado a este filme policial, visto ser o mesmo em preto-e-branco e posteriormente colorizado em sépia.

Na época houve uma série de filmes produzidos pela Universal em torno do imortal herói inglês da Era Vitoriana e início do século 20. Aqui já existiam automóveis.

Uma série de cruéis assassinatos de mulheres vai ocorrendo em Londres e o Inspetor Gregson, da Scotland Yard, sem pistas para resolver o caso busca o auxílio do detetive amador Sherlock Holmes que, junto com seu parceiro Dr. Watson, mergulha no caso. Logo vem a descobrir a ominosa presença, por trás dos crimes, do sinistro Professor Moriarity (ou Moriarty em outras versões). Aliás Henry Daniell está ótimo como o vilão, que procura agir de forma lógica e impiedosa.

Na maior parte das histórias que li com Sherlock Holmes esse personagem não aparece, por isso não sei bem sobre ele e porque, sendo um assassino fora-da-lei, ainda é chamado de professor, pois é impossível que ainda dê aulas.

Com o clima dito “noir” dos policiais clássicos (e a fotografia em preto-e-branco ajuda) esta fita é amplamente superior às produções modernas do gênero policial, impregnadas de violência, contra-cultura e efeitos especiais. Sherlock é, sobretudo, o investigador cerebral.

Roy William Neill desenvolveu bem seu trabalho de produtor e diretor e os atores Basil Rathbone e Nigel Bruce caem como luvas nos papéis principais, de Sherlock e Watson. Hillary Brooke também atua bem como a misteriosa Lydia.

O entrecho é envolvente incluindo cadáveres com dedos cortados, hipnose e um bar “chic” onde têm lugar algumas cenas, além do duelo de inteligência entre Sherlock Holmes e o Professor Moriarity.

 

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2021.