O verdadeiro tesouro perdido (Tinker Bell)

O VERDADEIRO TESOURO PERDIDO (TINKERBELL)

Miguel Carqueija

 

Resenha do desenho animado de longa metragem “Tinkerbell e o tesouro perdido”. Disney Toon Studios, Estados Unidos, 2009. Produção executiva: John Lasseter. Produção: Sean Lurie. Direção: Klay Hall. Roteiro: Evan Spiliotopoulos. Argumento: Klay Hall e Evan Spiliotopoulos. Edição: Jeremy Milton. Música composta e conduzida por Joel McNeely. Direção de arte: Ellen Jin Over. Direção de animação: Sheryl Sardinha Sackett. Canção "Gift of a friend" interpretada por Demi Lovato. Duração: 82 minutos.

 

Os direitos autorais do universo de Peter Pan (personagens criados por Sir James Barrie) pertencem por doação do autor ao Great Ormond Street Children’s Hospital de Londres, desde 1929.

Elenco de dublagem:

Tinker Bell (Sininho)..............................Mae Whitman

Terence.................................................Jesse Mc Cartney

Fairy Mary.............................................Jane Horrocks

Silvermist...............................................Lucy Liu

Iridessa..................................................Raven-Symoné

Rosetta..................................................Kristin Chenoweth

Fawn......................................................Angela Bartys

Bobble...................................................Rob Paulsen

Clank..................................................... Jeff Bennett

Lyria...................................................... Grey de Lisle

Ministro do Outono.............................. John Di Maggio

Small Troll..............................................Jeff Bennett

Tall Troll................................................. Rob Paulsen

Fairy Gary............................................... Jeff Bennett

Blaze....................................................... Eliza Pollack Zebert

Narrador................................................. Grey de Lisle

Rainha Clarion........................................ Anjelica Huston

Vidia....................................................... Pamela Adlon

 

“Até logo, Refúgio das Fadas. Eu volto logo.”

(Sininho)

 

“Tinker Bell and the lost treasure”, segundo filme da franquia de Tinker Bell (expressão que pode ser traduzida por “Sino Tilintante”), ou seja a nossa conhecida Fada Sininho, é uma obra-prima do cinema de animação norte-americano, com o produtor John Lasseter aproximando-se da qualidade estética e ética do grande Walt Disney.

De fato esta animação, que mostra os apuros de uma fada artesã com tendência a se meter em encrencas, ou seja a Tinker Bell, desenvolve com muita clareza o valor da amizade, que deve suportar até a chatice dos amigos, e a importância dos atos de perdoar e de pedir perdão, atos que requerem humildade e vitória sobre o orgulho.

A ambientação é no Refúgio das Fadas, em alguma ilha ao norte do Continente (como chamam a Inglaterra), onde as fadinhas da natureza cumprem seus rituais ao longo das estações, ajudando os seres vivos animais e vegetais, inclusive os insetos, com os quais elas interagem muito amistosamente.

Desfilam então pela história muitas fadas diferentes, inclusive fadas masculinas, que antes não apareciam no universo ficcional de Peter Pan, criado pelo autor britânico James Barrie. Uma dessas fadas masculinas é Terence, muito amigo de Tinker Bell, mas a amizade entre os dois estremece quando ele tenta ajudar a amiga numa missão que foi dada pela Rainha Clarion. Tinker Bell foi encarregada de cuidar da apresentação da frágil e rara Pedra Azul da Lua, para a cerimônia de entrada do outono — quando o brilho da Lua Azul atravessando a jóia produzirá o aparecimento pelo campo de grande volume de pó mágico (o pó de pirlimpimpim), que permite o vôo das fadas.

É um detalhe um tanto estranho pois elas têm asas e deveriam poder voar naturalmente, e anteriormente a própria Sininho produzia seu pó mágico, que permitiria a qualquer pessoa voar, e bichos também. Mas esse detalhe é a chave do enredo, pois o Refúgio das Fadas estará em perigo se a cerimônia não puder se realizar.

É muito engraçada a cena em que Tinker Bell, chamada a falar com a Rainha e sem suspeitar da honrosa missão que lhe será dada, já chega se ajoelhando e pedindo perdão, crente que será repreendida por uma de suas trapalhadas.

Mas quando Terence, no zelo de ajudar Tinker Bell, acaba se tornando chato e provocando a quebra do cetro que sustentaria a Pedra da Lua, ela fica vermelha de raiva e expulsa o amigo. Mas a situação piora porque ela mesma acaba quebrando a própria Pedra da Lua.

Arrasada, apavorada, encurralada pelas possíveis consequências de sua falha, a fadinha conclui que só lhe resta uma tentativa desesperada: partir num balão para a Terra do Nunca em busca de uma lenda, o espelho dos desejos perdidos numa caverna, conforme a impressionante história contada no teatro das fadas. E assim Tinker Bell parte para a Terra do Nunca, vestida de Peter Pan e sabendo que dispõe de só dois dias para resolver o busílis.

Toda essa narrativa fascinante é adornada por imagens lindas e as figuras graciosas das fadas, especialmente a icônica Tinker Bell ou Sininho.

 

Rio de Janeiro, 26 de março de 2022.