"Perri", história de uma esquila

“PERRI”, HISTÓRIA DE UMA ESQUILA

Miguel Carqueija

 

Assisti “Perri” pela primeira vez em criança, no cinema, com minha mãe ou meu pai, no Brasil o título foi “No coração da floresta”. Era um dos documentários naturais do grande Walt Disney, mas diferente da maioria e apresentado como “A true-life fantasy” (Uma fantasia da vida real) e não como os outros, “A true-life adventure” (aventura da vida real). Isso porque ele se concentra na vida de dois esquilos do pinheiro, Perri e Pirro — ou seja, imagens reais mas mostradas de modo a fantasiar uma história novelesca com os dois animaizinhos, até o seu “casamento”.

As cenas são fascinantes ao mostrar tantos animais da floresta temperada norte-americana, como pica-pau, pêga, porco-espinho, guaxinim, açor, camundongo, doninha, galo silvestre, coruja, esquilo voador, veado. Até aparece um veado que o narrador identifica como o Bambi. Aliás Wiston Hibler, o narrador e também co-produtor, é um nome importante dos Estúdios Disney e aparecia na série Disneylândia.

Não raro o documentário interrompe a história de Perri e focaliza outras espécies como raposas, coelhos e gambás. Mostra também a exuberância da vegetação. De 1957 para cá, quanto terá sobrado? Há também alguns efeitos em desenho animado, com os cristais de neve, e canções.

É um dos filmes mais simpáticos que alguém já fez, na verdade só um gênio como Walt Disney faria algo assim, e ele realmente não teve substituto. Um belo exemplo de cinema ecológico e educativo e que poderia ser exibido nas escolas.

Aqueles personagens dos desenhos conhecidos entre nós como Tico e Teco, os dois esquilos que costumam atormentar a vida do Pato Donald, são da espécie de Perri e Pirro.

Claro que Perri e Pirro são nomes imaginários emprestados aos protagonistas, pois animais silvestres não têm nome. Esse tipo de documentário novelizado foi feito algumas vezes na Disney, em películas exibidas na televisão, na série Disneylândia. Acho que como longa-metragem de cinema, só “Perri” e “A legenda do lobo”.

 

Walt Disney Productions, Estados Unidos, 1957. Produção executiva: Walt Disney. Roteiro: Ralph Wright, Wiston Hibler. Direção: N. Paul Kenworthy e Ralph Wright. Produção e narração: Wiston Hibler. Adaptação de novela de Felix Salten (também autor de “Bambi”). Música: Paul Smith. Orquestração: Carl Brandt e Franklyn Marks. Efeitos especiais: Ub Iwerks e Joshua Meador. Edição musical: Evelyn Kennedy. Fotografia: N. Paul Kenworthy, Joel Colman, Walter Perkins, William Rayclayeb, James R. Siomon, John R. Hermann, David Meyer, Warren, B. Garst e Roy Edward Disney.

 

Rio de Janeiro, 7 de maio de 2022.