Striptease

Eu paguei 8 reais de aluguel para assistir a esse clássico do cinema que eu nunca tinha visto. É mais um filme cuja faixa etária de 14 anos está errada no Amazon Prime.

Em uma atuação instigantemente bela e magistralmente corajosa de Demi Moore, ela interpreta Erin Grant, uma mãe solteira que se torna stripper numa boate adulta para custear a batalha pela custódia de sua filha.

O filme é totalmente diferente do que eu imaginei. Eu pensava que ele exploraria de maneira mais profunda o dilema social de Erin Grant ao se tornar stripper em prol de um bem maior, que é a guarda de sua filha. Mas isso é muito pouco explorado, nem aborda o processo de decisão dela em se tornar dançarina de uma boate. O filme é mais apelativo, já corta direto para ela trabalhando como stripper na boate, mostrando as moças semi nuas vestindo trajes minúsculos, os quais, aliás, achei bem atuais para um filme de 1996.

No entanto, o filme se preocupa mais em mostrar as performances sensuais de Demi Moore e explora de maneira superficial temas de corrupção política e a exploração do corpo feminino na indústria do entretenimento adulto, por exemplo. Essa abordagem menos aprofundada nos dilemas de Erin pode deixar a narrativa um tanto quanto desconexa e menos envolvente para quem esperava uma análise mais profunda do contexto social e das motivações da personagem.

O passado dela também é pouco explorado; tudo que sabemos é que ela trabalhava no FBI, mas foi mandada embora sob a alegação de ter um marido defeituoso. O marido dela usa sua filha para roubar cadeiras de rodas de um hospital.

Na Amazon, o filme é classificado como uma comédia dramática, mas para mim, ele peca tanto em ser um quanto outro. O filme é tão vazio de enredo que eu nem consegui dar spoiler nesse texto. Primeiro, ela vira stripper, assim sem mais nem menos ou muitas explicações. Depois, aparece um cara no clube que ela se apresenta que diz que poderia ajudá-la a recuperar a guarda da filha. Depois, esse mesmo cara aparece morto, mas tudo retratado da maneira mais simples e superficial possível.

Um único momento mais delicado do filme é quando a Erin leva sua filha no trabalho para ficar com as suas companheiras, mas ela escapa e vê a performance da sua mãe. A conversa que Erin tem com a sua filha depois do acontecido também é interessante, o olhar de uma garotinha sobre o trabalho da mãe dançarina de boate, que para ela, achou muito bonita.

Na minha cabeça, o que irá marcar é só a performance sensual de Demi Moore, pelo menos até essa noite. Apesar de que eu achei o corpo da Demi Moore muito musculoso e atlético para o meu gosto pessoal. Senti que não foi um bom tempo aproveitado. Pensando bem, nem a atuação da Demi Moore foi lá grande coisa, tirando as cenas mais picantes. Mas ela foi muito atrapalhada pelo fraco roteiro.

A impressão que eu tenho é que fizeram um filme só para chamar a atenção do público, sem se aprofundar nos dilemas de uma mãe solteira que briga na justiça pela guarda da sua filha. Desperdiçaram a chance de fazer um grande filme, bem profundo. O final é dos mais decepcionantes que já vi em toda a história do cinema, nível comédia pastelão da Sessão da Tarde. Sem dúvidas, é o pior filme que já resenhei aqui nesse singelo espaço.

Pelo menos, os 8 reais que eu gastei converti em mais um texto para minha página, e se a pessoa para quem verdadeiramente escrevo for me ler, já valerá o tempo e o dinheiro investido.

Dave Le Dave II
Enviado por Dave Le Dave II em 27/12/2023
Reeditado em 27/12/2023
Código do texto: T7962748
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