A Paixão de Cristo II

Uma reveladora matéria sobre a conclusão de estudos recentes do Dr. Frederick Zugibe, professor da Universidade de Columbia, médico legista e conceituado perito criminal dos Estados Unidos, acaba de ser divulgada pela revista semanal Isto É nº 1998, páginas 76 a 81, de 20 de fevereiro deste ano. Segundo o médico, Jesus morreu de parada cardiorrespiratória, decorrente de choque hipovolêmico (hemorragia e perda de fluidos) e traumático, acarretado pela violência das agressões físicas que sofreu. Até então, a hipótese que prevalecia era a de que Cristo tivesse morrido por asfixia, devido a difícil sustentação do seu corpo na cruz e da concentração de líquidos nos pulmões. Conclui o pesquisador que Jesus carregou, amarrada às suas costas, a peça horizontal da cruz, que pesava, aproximadamente, 22 quilos, e não a cruz inteira, como alguns estudiosos pensavam antes. Pelas suas observações, ao exame da lei mosaica da época, aplicada aos crimes dos quais Jesus Cristo foi acusado, os castigos e torturas eram tão intensos que reduziam “a vítima a uma massa de carne, exaurida e destroçada, ansiando por água” , em consequência das hemorragias, laceração do fígado, do baço e acúmulo de sangue e líquidos nos pulmões, diz ele.

Imaginem que o médico, após estudos e entrevistas em Jerusalém, chegou a plantar em sua casa , nos Estados Unidos, até crescer completamente, um arbusto comum, naquele tempo e naquela região, chamado de espinheira-de-cristo sírio, ao qual atribui-se a coroa de espinhos, que, segundo o perito, foi realmente cravada na cabeça de Jesus, de tal maneira, que, ultrapassando o tecido da pele, penetrava até atingir alguns nervos, dentre os quais o trigêmeo, causando dores “lancinantes.”

E para quem pensava que Mel Gibson exagerou nas torturas e castigos, o Dr. Zigibe foi mais além, observando que os pés de Cristo, por exemplo, ao contrário do que foi mostrado no filme, foram cravados um ao lado do outro e não superpostos. Confirma ele, também, a existência, à época, do chicote de três pontas às quais eram amarrados pequenos objetos e, ainda, o longo percurso percorrido por Jesus até o Calvário.

Para ele, as línguas faladas na época e na região em que Cristo vivia eram, sim, o aramaico e o latim, mas o grego que era muito difundido naquele tempo, não foi levado em conta no filme sob comentário.

Quem conhece um pouco da história do direito, sabe muito bem que este evoluiu da vingança privada, passando pela vingança pública, onde prevalece até hoje em algumas sociedades, até adquirir sua concepção moderna - que é a da ressocialização do condenado. Nesta esteira da evolução, vislumbramos a voracidade da natureza humana, quando entregue a um grupo de bárbaros um ser indefeso e expugnado como o foi Jesus.

Em tempos atuais, assistimos nos noticiários um certo deputado que se valia de uma serra elétrica para desmembrar e desaparecer com seus semelhantes indesejados. Imaginem naquela época e nas circunstâncias em que Cristo se encontrava, entregue a centuriões e populares – uma festa de horror.

Deus nos livre!

Di Amaral
Enviado por Di Amaral em 03/03/2008
Reeditado em 26/11/2013
Código do texto: T886130
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