DESAFIANDO GIGANTES - ALEX KENDRICK

Desafiando Gigantes, produzido por uma igreja americana, surpreende pela qualidade e forte conteúdo espiritual

“O que é impossível para Deus?”, pergunta o treinador. “Nada”, respondem, convictos, os jogadores. O diálogo pode não ser lá muito comum em competições esportivas, mas dá a tônica do filme Desafiando Gigantes (Facing the giants, EUA, 2006, Sony). Recheado de mensagens cristãs, o longa é daqueles trabalhos capazes de encher os crentes de orgulho. Produzido pela Sherwood Baptist Church, em Albany, Estado de Nova York, Desafiando gigantes tem uma proposta claramente evangelística – mas não abre mão da qualidade. Com um orçamento que, para a indústria cinematográfica, não passa de ninharia – 100 mil dólares –, a produção ficou cerca de quatro meses em cartaz em mais de mil cinemas americanos e foi eleito um dos dez melhores filmes esportivos de 2007 pela revista Sports Illustrated. Além disso, foi distribuído para quase 60 países e já arrecadou nada menos que US$ 10 milhões.

O projeto nasceu da certeza, baseada em pesquisas, que o cinema exerce mais influência do que a própria Igreja na sociedade americana. Se o elenco não traz nenhum astro de Hollywood – pelo contrário, é formado por voluntários da própria igreja de Albany –, coube ao roteiro a árdua tarefa de conquistar o público, tendo como foco principal pessoas não despertadas pelo Evangelho. A história é simples. Um técnico de futebol americano chamado Grant Taylor

(papel interpretado por Alex Kendrick, que também é o diretor), vê o time que dirige, ligado a uma escola, entrar crise após a saída do principal jogador. A partir daí, a equipe perde toda a auto-estima e motivação para competir. Prestes a entregar os pontos e ainda por cima enfrentando problemas de ordem pessoal, ele recorre a Deus e ao poder da fé, lançando mão de passagens bíblicas e princípios de fé para devolver ao grupo a confiança para vencer.

Censura – Além de igrejas de diferentes denominações e ministérios, escolas americanas e até presídios têm realizado sessões especiais de Desafiando Gigantes. Pudera – o conteúdo espiritual é tão explícito que o filme recebeu o selo PG da Associação de Cinema dos Estados Unidos, órgão responsável por classificar as produções de acordo com a faixa etária a que se destinam. A certificação significa que menores de idade só podem assistir às apresentações públicas acompanhados dos pais ou responsáveis legais. De acordo com Kris Fuhr, vice-presidente de marketing da Provident Films – uma das ramificações da Sony Pictures – , a “censura” se deve às fortes mensagens evangélicas, o que poderia ofender os adeptos de outras crenças religiosas.

No Brasil, Desafiando Gigantes não passou pelos cinemas, mas mesmo assim a repercussão tem sido grande. Em março, a Juventude Batista Capixaba (Jubac), entidade ligada a Convenção Batista do Espírito Santo, realizou, em Vitória, o congresso de adoração Reação Teen 2008, com o tema “desafiando gigantes”, numa alusão à mensagem transmitida pelo longa-metragem. “O que nos chamou a atenção no filme foi a força para superar os desafios, que é um dos valores que pregamos aos nossos membros”, explica Diego Bravin, diretor executivo da Jubac.

Mas não é só entre o público evangélico que a produção da Igreja Batista de Albany tem feito sucesso no Brasil. Apaixonada por cinema, a curitibana Cláudia Cartes encontrou o filme na prateleira da locadora e não resistiu à curiosidade. “Há um forte apelo religioso, mas isso não tira suas qualidades”, ressalta a economista que, apesar de não ser crente, garante que acredita em Deus e que não ficou nem um pouco desapontada com o que viu. “Gostei da história, me emocionei com o filme e o recomendo a todos”, revela.

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JDM

José Donizetti Morbidelli
Enviado por José Donizetti Morbidelli em 12/05/2008
Reeditado em 04/10/2022
Código do texto: T986161
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