FALANDO DE AMOR e outras coisas mais
e
À INDEPENDÊNCIA, ENTRE RIOS
 

RESENHA DOS LIVROS DE PEDRO GALUCHI
Por Maria Paula Alvim
 
Num país onde poucos têm o hábito da leitura, Pedro Galuchi mostra-se ousado ao lançar dois livros, um em prosa, outro em verso, na 20a. Bienal do Livro em São Paulo. Trata-se de uma pré-estréia. O lançamento oficial está marcado para 24 de outubro. “À Independência, Entre Rios” e “Falando de Amor e outras coisas mais” só parecem ter em comum o autor. 
Paulistano, diretor de escola aposentado, há tempos Pedro Galuchi publica seus textos em sites literários e no seu blog Apóstolos de Pedro. O autor também é participante ativo em fóruns online de jornais como Folha e Estado de São Paulo, onde deixa evidente seu interesse nos caminhos e descaminhos da política brasileira. 
É esta faceta social e politicamente engajada que “À Independência, Entre Rios”, coletânea de crônicas e contos, captura. Jorge Luis Borges, escritor argentino, ensinou que “o conto deve ser escrito de modo que o leitor espere continuamente algo”. 
Galuchi demonstra ter entendido bem a lição: dez deliciosas histórias ressaltam seu talento em explorar a crítica política, social e religiosa de maneira bem humorada e vibrante, através de uma dramatização do caráter incompleto do ser humano e da mistura de ficção e realidade. 
No conto que empresta o título à obra, a fictícia cidadezinha de Entre Rios é usada para que ele desfie verve argumentativa a favor da independência do lugarejo como estado autônomo, pela simples razão que, desprovida de encantos e recursos, ninguém se oporá à idéia. 
No conto Apóstolos de Pedro, ele discute e aponta as incongruências de certas normas religiosas, com ironia sutil, sem resvalar para o deboche. Em I love St. Paul, enumera, com graça, as desventuras da cidade de São Paulo. 
Exigente para o humor – não gosto das formas burlescas, escrachadas ou besteirol -, soltei muitas risadas ao longo das tramas, entretida com a argumentação da mente ágil e atualizada de Galuchi. 

O segundo livro, “Falando de Amor e outras coisas mais”, revela uma insuspeitada veia lírica do autor. São 80 poemas, com versos que transitam da poesia clássica à moderna, de trovas e rondéis às formas mais concretas. 
O autor diz: “uma boa poesia é uma forma de oração”. Haja pecado ou pedido para tanta prece! A temática é variada - amor, filhos, percepção lírica do cotidiano-; faz inteligentes referências diretas e indiretas a outros escritores e poetas (de Jorge Luis Borges a Carlos Drummond Andrade). 
Assim, a obra assume um caráter metalinguístico irresistível. Pedro Galuchi tem um eu-ficcional desassossegado e dual, como o do geminiano que ele se revela em um dos poemas. 
Enquanto organiza a divulgação e lançamento dos dois livros, pensa no próximo. Que seus planos frutifiquem. 
Sensibilidade e razão agradecem. 

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Nota do autor - 
Nem sei como agradecer a Maria Paula Alvim, a "Magic" Paula dos cronistas do Recanto...
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Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 18/09/2008
Reeditado em 29/10/2008
Código do texto: T1184923
Classificação de conteúdo: seguro
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