O Conto do Amor, Contardo Calligaris, Companhia das Letras, 2008

ReviewReviewReviewReview "O Conto do Amor", Companhia das Letras, 2008 Jan 26, '09 3:13 PM

for everyone

Category: Books

Genre: Mystery & Thrillers

Author: Contardo Calligaris

“O Conto do Amor”, primeiro romance do psicanalista, escritor e colunista da Folha Contardo Calligaris – já devidamente incensado pela crítica paulista – é livro para se ler em um fôlego só, à maneira de bestsellers americanos.

O paralelismo entre a obra e “O Código Da Vinci” é evidente e por isso mesmo inevitável: ambos escondem o ritmo de suspense sob toneladas de informação erudita. Ambos situam sua ação em uma Itália contemporânea onde os fantasmas do passado distante (ou mesmo recente) aparecem a cada dobrar de esquina, na forma de quadros, igrejas, estátuas, praças e documentos. Ambos elegem um casal – que n'O Conto não demora a unir forças – como protagonistas; ambos mexem com mitos e arquétipos. Mas as semelhança – já não poucas – param por aí.

Algo autobiográfico – como em geral romances de estreia costumam ser - “O Conto do Amor” imprime-se com vagar na mente do leitor, deixando entrever, aqui e ali, as marcas de um entendimento mais profundo da mente humana por parte do narrador. A trama que emerge com simplicidade e objetividade, bem urdida e realizada, beira a perfeição no final inteligente, crível e provocador.

(Alberto Moravia – outro psicanalista! Outro italiano! - disse em um dos seus contos que o intelectual que abre mão dos seus princípios e/ou de sua integridade moral em troca de uma descoberta científica/artística/literária “vende a alma ao diabo” e costuma pagar as consequências do seu ato com a própria infelicidade. Calligaris não chega a tanto, mas mete a mão em cumbuca ao dessacralizar o tabu que ocupa posição central no desfecho de sua trama. Excelente motivo para abandonar – ainda que temporariamente - a crônica e o ensaio clínico e escrever um romance, não?)

Tags: amor, livros, romance, literatura, artes pláticas, arte

“O Conto do Amor”, primeiro romance do psicanalista, escritor e colunista da Folha Contardo Calligaris – já devidamente incensado pela crítica paulista – é livro para se ler em um fôlego só, à maneira de bestsellers americanos.

O paralelismo entre a obra e “O Código Da Vinci” é evidente e por isso mesmo inevitável: ambos escondem o ritmo de suspense sob toneladas de informação erudita. Ambos situam sua ação em uma Itália contemporânea onde os fantasmas do passado distante (ou mesmo recente) aparecem a cada dobrar de esquina, na forma de quadros, igrejas, estátuas, praças e documentos. Ambos elegem um casal – que n'O Conto não demora a unir forças – como protagonistas; ambos mexem com mitos e arquétipos. Mas as semelhança – já não poucas – param por aí.

Algo autobiográfico – como em geral romances de estreia costumam ser - “O Conto do Amor” imprime-se com vagar na mente do leitor, deixando entrever, aqui e ali, as marcas de um entendimento mais profundo da mente humana por parte do narrador. A trama que emerge com simplicidade e objetividade, bem urdida e realizada, beira a perfeição no final inteligente, crível e provocador.

(Alberto Moravia – outro psicanalista! Outro italiano! - disse em um dos seus contos que o intelectual que abre mão dos seus princípios e/ou de sua integridade moral em troca de uma descoberta científica/artística/literária “vende a alma ao diabo” e costuma pagar as consequências do seu ato com a própria infelicidade. Calligaris não chega a tanto, mas mete a mão em cumbuca ao dessacralizar o tabu que ocupa posição central no desfecho de sua trama. Excelente motivo para abandonar – ainda que temporariamente - a crônica e o ensaio clínico e escrever um romance, não?)

Tags: amor, livros, romance, literatura, artes pláticas, arte

Renato van Wilpe Bach
Enviado por Renato van Wilpe Bach em 01/02/2009
Código do texto: T1415959
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.