Oscar Wilde e os assassinatos à luz de velas

Ultimo dia de agosto de 1889, Londres, o poeta Oscar Wilde está no

auge de sua fama, a Europa está sob sua pena e voz, ou melhor sob seus

pés. Naquela tarde, o famoso autor de O retrato de Dorian Gray, indo

visitar um pequeno sobrado no n° 23 da Cowley Street, encontra um

jovem garoto de programa, conhecido seu, brutalmente assassinado. Na

mesma noite, se encontra com um amigo que conheceu em Paris, Robert

Sherard, que apresenta o maior investigador da Irlanda, Arthur Conan

Doyle, e narra o que presenciara. Decide no dia seguinte procurar a

Scotland Yard, e a falta de interesse da polícia britânica em

desvendar o crime, faz com que o próprio Oscar decida investigar a

morte do rapaz.

Usando o pano de fundo de Londres, Oxford, Edimburgo e Paris de finais

do 19, o autor GILES BRANDETH com o livro OSCAR WILDE E OS

ASSASSINATOS À LUZ DE VELAS (Oscar Wilde and the Candlelight Murders,

tradução de Débora da Silva Guimarães Isidoro, EDIOURO, 304 páginas,

R$ 49,90), trás o brilhante e característico gênio de Oscar Wilde

entrelaçado com a clássica novela de mistério inglesa, cheia de

intrigas e eu fascinaram o mundo. Combinando uma emocionante

investigação policial com a indiscreta revelação do mundo secreto de

Oscar Wilde, de suas amizades, ao seu estranho casamento e sua relação

com Aidan Fraser, inspetor da Scotland Yard, Gyles Brandeth brinda o

leitor com o mundo secreto de um dos gênios da época.

A Londres decadente é habilmente descrita, Gyles antecipa o que

ocorreria a Wilde nos anos seguintes, tendo Sherard como narrador, não

cabendo a Oscar o centro do relato, tanto pelo seu temperamento, como

por sua visão de mundo.

Entre os diversos livros que colocam escritores famosos como

personagens, como O Secretário Italiano, ou Quando Nietzsche chorou,

esse homenageia dois autores que mostraram o final do século XIX em

seus escritos de forma única, Oscar Wilde e Arthur Conan Doyle.

combinando a acuidade de pensamento de Wilde e o tom descritivo de

Doyle com maestria. Ótima caracterização, Oscar Wilde e os

assassinatos à luz de velas tem uma leitura fácil, com um texto

brilhante a todo momento e com um crime que nos obriga a seguir as

pistas do famoso personagem. As reviravoltas na narrativa poderiam

decair a intensidade do romance, como do suspense, entretanto não

configuram, a vida comum dos famosos personagens é bem traçada, a era vitoriana é colocada com toda sua fantasia e entusiasmo.

Sem dúvida, um dos melhores romances, entre ficção policial e realidade, aguardemos que o autor continue usando Wilde como investigador em outras obras.