A Menina que Roubava Livros

Muitas são as histórias de sobreviventes da Segunda Guerra. Vídeos, documentários, áudios, fotos e filmes sobre a pior tragédia de todos os tempos.

Esse fascínio por um tema tão triste e sombrio atraiu, atrai e sempre atrairá autores de todas as faixas etárias. A forma como é tratada essa tragédia histórica varia de escritor para escritor.

Alguns autores usam uma linguagem leve se tratando de Segunda Guerra Mundial, como por exemplo, John Boyne que escreveu o belíssimo O menino do pijama listrado. Diferenciando de Boyne surge Markus Zusak. Australiano de 32 anos, que se inspirou nos pais para escrever a obra-prima: A menina que roubava livros.

A linguagem utilizada no livro é simples e marcante para o leitor. Ele é um autor jovem, mas nem por isso deixou de pensar em cada detalhe da obra, tornando-a conseqüentemente um fenômeno de vendas mundial.

Liesel Meminger é uma daquelas personagens que marcam não só uma obra, mas sim a vida do leitor. É claro que os personagens secundários têm a sua extrema importância, entretanto Liesel Meminger acaba se tornando o retrato personificado da Fé enquanto criança.

A menina que roubava livros é uma obra sutil, porém com um desfecho já anunciado desde a metade do livro, método esse que merece destaque, pois nem todos arriscariam fazer isso se tratando de Segunda Guerra. Apesar de conhecer o final desde a metade do livro, Zusak não deixa-nos acreditar que tudo está acabado antes mesmo de começar.

O leitor começa a leitura aproveitando cada palavra, cada idéia, cada frase do livro, pois percebe que não se trata apenas de um Best-Seller como os outros e desperta ainda o interesse de vários leitores ao utilizar um linguajar jovial e ao mesmo tempo complexo.

Outra coisa importante de se ressaltar no livro são as notas que aparecem a todo instante no decorrer do romance e que são bárbaras:

RUDY STEINER, PURO GÊNIO.

1. Roubou a maior batata da loja

de Mamer, o merceeiro local.

2. Enfrentou Franz Deustcher

na Rua Munique.

3. Faltou a todas as reuniões

Da Juventude Hitlerista.

A importância da obra de Markus Zusak, A menina que Roubava Livros, talvez ainda seja pequena diante de livros tão marcantes na literatura mundial. Entretanto o fato é que o sentido por trás dela é mostrar que um acontecimento trágico não tem que ser contado de uma forma trágica. A suavização de idéias, o eufemismo, são traços marcantes no romance e fazem dele certamente uma obra para ser lida e relida nos dias turbulentos que vivemos.