Filhos brilhantes, alunos fascinantes - Augusto Cury

Resenha

Filhos brilhantes, alunos fascinantes

Augusto Cury

O livro fala sobre a diferença da geração dos jovens de hoje e daqueles de alguns anos atrás.

A sociedade tem criado jovens calados, que concordam com tudo, consumistas, sem sonhos, sem garra para lutar por um mundo melhor.

Filhos brilhantes e alunos fascinantes não são aqueles que “ são sempre bem comportados, que não falham, não choram ou não tropeçam. Mas são aqueles que aprendem a desenvolver sua consciência crítica, decidir seus caminhos, trabalhar seus erros, construir tolerância e reconhecer suas dificuldades”.

Cury, num conto, fala de um professor chamado Romanov, franzino, 1,55m de altura, magro que é contratado pela “escola dos Pesadelos” para tentar modificar a estrutura daquela instituição, que num paradoxo, muito se parece com a realidade que vivemos hoje.

Passou por ameaças, achavam-no delirante, maluco, teve seu carro riscado, mas sua verdadeira história de vida ia muito além de tudo isso: havia visto a morte de perto. A maldade dos adultos em ataques terroristas contra jovens e adolescentes fora muito cruel. “Uma espécie que não cuida de seus pequenos, não tem como sobreviver”. Assim, passou a fazer de sua vida um espécie de alerta aos adultos para acreditarem no ser humano, para entenderem que a criança e o adolescente são reféns de um sistema agressivo e controlador que destrói a capacidade de escolha e os valores da vida. Passaria então a fazer da sala de aula um campo de batalhas, no qual os alunos aprendessem a lutar por seus direitos contra a discriminação, consumismo, direitos sociais, violência e terrorismo.

Através da arte da pergunta, como Sócrates, e da música, para desacelerar os pensamentos, Romanov começou a abrir a mente dos alunos. Tinha como objetivo estimular a inteligência e o raciocínio através de conversas, histórias reais de pessoas conhecidas ou desconhecidas, às vezes até usando as dos próprios alunos... e assim os alunos começaram a entender que a vida é um grande livro, mas pouco ensina para quem não sabe ler.

Além dos alunos, ele conseguiu aos poucos influenciar os professores, e assim, pouco a pouco atitudes forem mudando, pontos de vista se modificando, as relações começaram a ser refletidas e os jovens aos poucos foram vendo-se como pessoas. E, devagar, a Escola dos Pesadelos foi sendo transformada: através do respeito, da amizade, da compreensão do problema do outro, do abandono do bullyng , do controle das emoções e da criação de sonhos.

São os sonhos que movem o mundo, e se não conseguirmos fazer os jovens sonhar, o que será do futuro?

Resenha crítica

O livro é pequeno, simples de ser lido mas a lição que proporciona aos professores não pode ser medida em tamanho, pois transcende as medidas conhecidas.

Nossas escolas encontram-se em caos total: professores aos berros, alunos que não se respeitam nem respeitam os professores, leis de direito aos menores que não nos permitem medidas disciplinadoras.

O mundo mudou, e não demo-nos conta disso.

Os alunos mudaram, mas o professor continua o mesmo: aquele que acha que sabe tudo, que tem que tem o controle, o poder, que manda que grita e esperneia.

Os alunos vêm para a escola com MP3, MP4, mexem e remexem em seus computadores, são bombardeados de informações a todos os momentos, seja na televisão, na revista, na internet, enquanto o professor tem a lousa, um velho livro embaixo do braço e o giz. Dá para competir?

Mas apesar das informações, da tecnologia, do modismo, essa é a geração mais desmotivada, agressiva e sem visão de sonhos de que já se teve notícia. Sequer sabem o que fazer com toda a tecnologia que possuem.

Famílias desestabilizadas, abandono,críticas em excesso, falta de verdadeiras amizades, falta de conhecimento da realidade do outro, falta de amor ao próximo.

Pronto... encontramos aí onde entra o professor: usar o que eles não têm com a tecnologia existente e incluir nos conteúdos o que falta: o controle das emoções e a importância do outro.

A baixa auto-estima dos alunos é tão clara que paralisá-os. Têm medo de arriscar-se, de tentar, de demonstrar seus sentimentos e parecerem ridículos.

O professor de hoje não pode mais ser como o de ontem, que entrava dava o conteúdo e saía. Ele precisa favorecer a conversa, o debate, a visão da realidade, ensinar o aluno que as perdas fazem parte da vida. Precisa quebrar paradigmas e passar a agir diferente.

Cury foi feliz ao citar esse trecho no livro:

“Os professores não são valorizados socialmente como merecem, não estão nos noticiários da TV, vivem no anonimato da sala de aula, mas são os únicos que têm o poder de causar uma revolução social.. Com Uma das mãos eles escrevem na lousa, com a outra, movem o mundo, pois trabalham com a maior riqueza da sociedade: a juventude. Cada aluno é um diamante que, bem lapidado, brilhará para sempre.”

Nunca perca a esperança em seu aluno, nunca deixe-o perder a vontade de lutar, pois o mundo está aí, e ele pode se tornar apenas mais um números em meio a tantos outros que estão colhendo da vida o mal que plantaram.

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Cláudia Marques
Enviado por Cláudia Marques em 18/07/2009
Reeditado em 12/08/2009
Código do texto: T1706409
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