Grande Gatsby (1925) - F. Scott Fitzgerald

Jay Gatsby, na realidade James Gatz, é um misterioso milionário que mora em uma mansão de Long Island, distrito de Nova York. Gatsby era uma figura bastante conhecida pelas excêntricas festas que promovia, sempre regadas à muita bebida, mulheres bonitas e ao som do tradicional jazz norte-americano.

Um dos objetivos de Gastby, um pé rapado que conseguiu enriquecer pela via da criminalidade, é reconquistar a mulher que havia deixado nos EUA, antes de ser convocado para servir na Europa, durante a primeira guerra mundial. Mas ao reencontrar seu antigo amor, descobriu que ela estava casada com outro milionário.

Nick Carraway, um corretor de seguros que por acaso aluga uma casa ao lado da mansão de Gatsby, é quem narra a história, que se passa entre o fim da primeira guerra e a crise de 1929. É como se a trama anunciasse o fim da festa que viria com a grande depressão.

No final de 1924, Fitzgerald estava em Roma, onde revisou "O Grande Gatsby". Estava a caminho de Paris, quando a obra foi publicada em abril de 1925. Esse livro é considerado por muitos críticos, um avanço na técnica de Fitzgerald, mas apesar da excelente repercussão, as vendas eram decepcionantes.

Uma pesquisa elaborada em 1998, pela tradicional coleção de livros Modern Library, sobre os cem melhores romances em língua inglesa do século 20, "O Grande Gatsby", publicado em 1925, aparece em segundo lugar, atrás apenas do clássico "Ulisses", do irlandês James Joyce.

De acordo com os escritor Cristovão Tezza, "O Grande Gatsby" nos apresenta um mundo de pesada futilidade, sem uso de valor além da angustiante percepção do dinheiro.

E os valores, quando transparecem, revelam um subterrâneo "sinistro". Harold Bloom, um dos maiores críticos literários da atualidade, explica que passados três quartos de século, "O Grande Gatsby", ainda mantém seu frescor. "Eu não saberia dizer quantas vezes li o romance, e surpreendo-me sempre que releio", escreveu Bloom em seu ensaio entitulado "Gênio".

Filho de uma família de alta classe média, Francis Scott Key Fitzgerald nasceu em 1896, em St. Paul, Minnesota (EUA). Foi considerado o principal cronista da vida da alta sociedade americana nos anos 20, por ele definidos como "era do jazz". Pelo estilo de vida boêmio, tornou-se uma espécie de ídolo da chamada "geração perdida", que proclama a falência do sonho norte-americano de uma sociedade harmônica.

Fez seus estudos na Universidade de Princeton, mas não chegou a se formar. Seu primeiro romance, "Este Lado do Paraíso", publicado em 1920, obteve um sucesso imediato e foi sua porta de entrada no mundo literário, vendendo 50 mil exemplares. Fitzgerald logo tornou-se o autor mais bem pago de seu tempo, e passou a ser o porta-voz dos jovens intelectuais revoltados com a sociedade.

Casou-se com uma mulher da alta sociedade, Zelda Sayre. A vida de agitação do casal, com viagens e festas em cidades dos EUA e da Europa, terminaria de forma dramática, Zelda morreu queimada em um incêndio no hospício onde estava internada em 1947. Em 1934 publicaria o romance "Suave É a Noite", friamente acolhido pela crítica da época, mas hoje tido como um de seus melhores trabalhos. Nesse mesmo período, entrou em uma fase improdutiva, agravado pelas dificuldades econômicas, abuso do álcool e a frágil saúde mental de sua esposa Zelda.

Fitzgerald ainda passou por um tempo de esquecimento em Hollywood, escrevendo roteiros de filmes, todos rejeitados ou muito modificados. Enfraquecido pela bebida, morreu em 22 de dezembro de 1940, após duas tentativas de suicídio em 1936. Chegou a começar mas não concluiu o romance "O Último Magnata" (The Last Tycoon), muitas décadas depois transformado em filme de sucesso na mesma Hollywood.

Pouco antes de falecer escreveu para sua filha: "Ela (Zelda) queria que eu trabalhasse demais para ela e não o bastante pelos meus sonhos... Eu lutei...até meu coração afundar e tudo que me importava era beber e esquecer".

Danilo Nuha
Enviado por Danilo Nuha em 11/08/2006
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