A CABANA

William P. Young, ao escrever A CABANA, um romance americano, promoveu um encontro saboroso comigo e o texto, como há muito eu não o tivera. Mas que isso, proporcionou-me um diálogo com a Santíssima Trindade por meio da história de Mack.

A Editora Sextante Ltda, por intermédio da tradução de Alves Calado, põe em questão um dos fatos mais dolorosos que ocorre diuturnamente no seio das sociedades: a violência contra o menor; o infanticídio. A obra expõe a tristeza que se acabana no coração de pais, órfãos dos próprios filhos, no seu julgamento apressado de pôr a culpa em Deus por todos os seus martírios.

Mack é um pai de família que ama a mulher e os filhos. Certo dia, durante uma excursão que deveria ser prazerosa, um matador serial de meninas escolhe a filha caçula de Mack para ser uma de suas vítimas. Foi numa cabana isolada da cidade que Mack recebera a notícia de que sua filha havia sido assassinada. Os indícios da morte da filha estavam ali, aos seus olhos, ao receber parte do vestidinho vermelho, ensangüentado, com o qual a menina estivera vestida pela última vez.

A Grande Tristeza entrou na vida de Mack naquele momento, e seu coração virou uma cabana abandonada. Nem a infância cheia de truculências que lhe proporcionara o pai alcoólatra fora tão desastrosa com sua vida. Mas um dia, ele recebeu um bilhete de Deus, pedindo-lhe um encontro com Ele na mesma Cabana. Foi num final de semana. Mack resolveu aceitar o desafio e encontrar-se com Deus. Os momentos vividos com a Santíssima Trindade devolveu a Mack uma alegria que nunca tivera.

A Cabana em que Mack soube da morte da filha e que fora a mesma em Mack encontrou Deus, tornou-se um palco de lições sobre o amor, com direito a colecionar lágrimas e perdão e andar pro sobre as águas. Durante o seu encontro com a Santíssima Trindade, os valores foram questionados; o pecado original foi analisado sob outro ângulo, as entidades econômicas, políticas, sociais e religiosas, em sua hierarquização, foram colocadas em xeque; a visão zoomórfica que os humanos têm de Deus perdeu o seu caráter engodativo nos diálogos entre Mack e o Divino.

Contar a história, em seus mínimos detalhes, é criar um atalho que leve o deleite do leitor ao texto original, mas as 246 páginas do romance merecem ser saboreadas em todo o percurso da leitura. O livro é lindo e merece ser lido pelo número maior de pessoas possível. Li o livro com satisfação no espaço inferior a 24 horas, o que me permite dizer a todos que sua leitura foi deliciosa.

Se eu pudesse, compraria um exemplar do livro para todas as pessoas do mundo. Como não o posso, deixo esta resenha para que ela suscite a curiosidade daqueles que ainda não leram o livro para fazê-lo. Dentre outras conquistas, o romance serve para demonstrar que a Santíssima Trindade sempre marca um encontro entre Ela e os humanos na Cabana de seus corações, nos quais faz morada. Pena que a maioria não aceita o encontro com Deus.

Depois que li o livro, senti-me como se tivesse lido muitos livros e me senti bem, como se Deus tivesse me dado um forte abraço e me abençoado.

Wanda Cunha
Enviado por Wanda Cunha em 22/07/2010
Código do texto: T2394084