Uma Vida Inventada – Memórias trocadas e outras histórias



Vou fazer um breve comentário, registrar minha impressão sobre o livro Uma História Inventada, de Maitê Proença, da Editora Agir, publicado em 2008, que tem, 214 páginas de uma leitura agradável. Maitê escreve gostoso, de forma que nos leva à leitura envolvente. A gente ri, a gente chora, se emociona, se enternece, reflete muito em suas palavras.Também há momentos de humor...leve...poucos. O livro é tão bonito quanto ela – eu acredito nisso .


Uma vida nada inventada, mas sim e, até certo ponto, trágica, que teve uma conseqüência drástica apesar da educação que teve antes das desgraças que se abateram sobre ela.

A autora mistura dois tipos de textos, coisa difícil de fazer e conseguir coerência entre eles, e ela o fez com sucesso. Mistura um pouco de sua biografia ao contar fatos reais que lhe aconteceram e, as suas histórias de viagens, o envolvimento com drogas e sexo, a profissão, a fama, a filha já adolescente.

No texto real, verdadeiro, ficam evidentes, as marcas n’alma da criança que tem a mãe assassinada pelo pai, porque ele descobre a traição dela. Foi testemunha de defesa do pai no julgamento. Família desfeita. O pai para não ser preso vai para uma instituição psiquiátrica e, ela vai para um albergue religioso com o irmão. O pai depois de passar por tratamento não suporta a pressão e suicida-se, o que acontece também com um dos irmãos. Cresce nesse clima. Adolescente ainda, sofre um aborto. Já adulta tem uma filha, Maria, a única.

Todos os personagens da historia são identificados por iniciais, inclusive o pai de Maria. Ela viveu, segundo seus relatos no livro, intensamente. Não se deixou abater e venceu os traumas, as decepções, as inseguranças, os medos, as angústias. Em suas reflexões fala sobre a sua carreira, a procura por uma vida espiritual mais ajustada ou, que lhe desse respostas, a vida diariamente complexa , os falsos pudores e moralismos, deixa claro seu crescimento como ser humano, sua realização pessoal plena.

Em seu livro Maitê não exagera no romantismo, no lirismo e, a musa da televisão e do cinema, conhece boa parte do mundo o que começou quando se embrenhou mundo afora tentando fugir de seus pensamentos , tentando encontrar refúgio e paz. Encontrou-se a si mesmo, mais real, mais Maitê. Essa, que vemos na TV, de lindos olhos azuis que sempre achei muito lacrimosos e tristes. Tem seus motivos, sim.

Relatos de uma mulher de fibra, corajosa, que não “tá nem aí” para o que pensam dela. Ela vive, como está no livro, maduramente direta.
MVA
Enviado por MVA em 25/08/2010
Reeditado em 31/08/2010
Código do texto: T2457859
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