Novum Organum.
Quando Francis Bacon escreveu o Novum Organum, em 1620, o mundo vivia um período de transição entre a fase em que a igreja imperava para a fase em que o homem toma o comando de sua própria existência, toma as rédeas de si próprio.
O homem, desde que evoluiu para a concepção de si mesmo, suas dores, seu intelecto, seu íntimo, sua subjetividade, almejou a libertação subjetiva de si mesmo, uma vez amordaçada por milênios.
Imagino uma gargalhada no princípio da libertação, uma gargalhada tão intensa que os brotos de bambu vibrarão, em que a palpitação será como se não existisse.
O Novum Organum seria um novo organismo racional imperando dentro da mente humana, dentro do caos vigente.
O homem renasce dentro de si, sobrevive bravamente às intempéries, às baixas temperaturas, aos desertos tórridos, à maldade, à ignorância, à barbárie, ao sadismo nazista, ao horror, e planta uma semente de esperança dentro de suas próprias idéias, desenvolvendo ideais, métodos, rotas de fuga, maquinismos insuperáveis, ultrapassa fronteiras, desmistifica erros e tenta, ao menos, a evolução...
O homem cansa de usar cabresto e de temer o pensamento individual. Arrebenta tudo, morre queimado, enforcado, crucificado, estigmatizado, soterrado, aniquilado por um bando de covardes, mas implanta resquícios de força e determinação. Afinal, é o homem. Afunda sua indignação no âmago dos injustos, dos maus, dos covardes, e prossegue inexoravelmente, numa cruzada contrária à imposta pela bosta do sistema!
Cristiano Covas Barbosa, 11.11.09.