BELEZA

Livro: O que é beleza? Coleção primeiros passos

Autor: João Francisco Duarte Junior

Gênero: obra de caráter didático-científico que propõe uma analise sobre beleza

Público alvo: historiadores, especialistas, arte-educadores e ao mundo acadêmico em geral.

Considerando as afirmações de João Duarte, no primeiro capitulo fica claro que esse termo não pode ser definido e muito menos conceituado, pois é uma sensação particular a cada individuo surgido da relação entre o objeto e o observador, “beleza não diz respeito às qualidades dos objetos..., diz respeito à forma como nos relacionamos com eles.” (p. 14)

Sabemos que tudo no mundo recebe uma denominação e um valor dados pelo sentir e pensar concretizados através dos símbolos. “São apreensões diretas da situação na qual nos encontramos anteriores as significações lingüísticas e simbólicas, que fracionam tal situação em conceitos e os relacionam entre si” (p.22). Através desta simbologia conseguimos dar significações para as nossas experiências.

Percebemos como nossas as experiências são direcionadas e conduzidas pela funcionalidade da civilização em que vivemos e que define coisas e pessoas pelo exercício de suas funções. “Somos aquilo que fazemos em termos de produção lucrativa” (p. 38). Na experiência pratica o prazer estético provocado pela percepção da beleza e ocultado, pois para nós, o que interessa, é a função das coisas.

“A beleza não se encontra nas coisas, não é um certo atributo objetivo que determinados objetos detêm e outros não” (p. 45). Aqui, Duarte Junior reafirma que beleza é um termo que utilizamos para determinar a sensação causada pela relação entre o objeto e a nossa consciência. Portanto, a beleza pode ser melhor experienciada através da arte que tem por finalidade, não só uma visão de mundo e dos nossos sentimentos, nós conduzir ao mundo do belo.

São marcantes as afirmações de Duarte Junior sobre a percepção estética e pratica. No começo de um certo período elas se tornam conflitantes e, no final do mesmo, elas tendem a se enfraquecer. Para o autor, isso explica as experiências que temos diante de obras de arte de períodos diferentes, resultando em um novo termo, a fealdade. “... O sentido de fealdade pode provir de duas ocorrências opostas, gerando o que eu chamaria de feio por ultrapassado e feio por novidade.” (p. 77)

Quanto ao prazer na experiência estética tudo depende de o observador estar familiarizado com os códigos vigentes do período, o que não significa que a experiência será sempre prazerosa. “... frente a uma obra de arte, pode ocorrer uma experiência prazerosa: quando não há uma substituição da percepção pratica pela estética” (p. 91). Fica evidente que a funcionalidade (utilidade) do objeto prevalece, deixando a sua forma em segundo plano.

As afirmações contidas neste livro são passiveis de contestações, pois a postura do autor com relação a obra é de que ela apresenta apenas pontos relativos ao termo beleza e, para esclarecimentos mais profundos, deve-se procurar outras obras de conceitos mais técnicos sobre o assunto.

KAIKUXI
Enviado por KAIKUXI em 18/10/2006
Código do texto: T267362