O Semeador de Ideias – Augusto Cury


O livro é simplesmente demais. Cheio de idéias , de interrogações com as quais se quer passamos perto. O livro tem mais de filosofia do que de psicologia – na minha idéia – tão pobre... Por isso não vou fazer nenhuma resenha, apenas dizer o que penso do livro.

O livro até agora já vendeu mais de doze milhões de exemplares e, logo na capa a ilustração mostra um homem se equilibrando numa corda , como se fosse de um prédio ao outro, uma cidade ofuscada pela fumaça e, uma pergunta embaixo do título que, assim que pequei o livro não pude deixar de lê-la e ficar pensando numa resposta – pergunta que nunca havia me feito ou me fizeram.

É de leitura rápida, envolvente. Lê-se “numa sentada”. A curiosidade de saber por que o livro já vendera doze milhões, de novembro de 2010, até dezembro, foi o fato gerador da leitura. Lógico que o nome do autor também influenciou. E a pergunta instigadora mais ainda.

O estilo de desenvolvimento do tema é simples, de fácil entendimento. Não é um diálogo chorão, bobo... São questões para pensar, buscar em si mesmo respostas, atitudes, posicionamentos e ações.

Ele semeia idéias e sonhos. Quem não sonha? Quem não tem uma idéia que seja? Quem não quer ver sua simples idéia projetada, tomando forma, ajudando- nos, e aos outros? Quem nunca se revoltou contra Deus em horas de extrema tristeza acreditando que seja um ser injusto, cruel?

Tudo que existe no mundo é fruto de sonhos e de idéias. Quantos inventores sonharam, sofreram, para colocar seus sonhos em realidade? Quantas idéias foram semeadas na humanidade e pela humanidade; Marie Curie, Einstein, Santos Dumont, Sabin. Nossa! As idéias e os sonhos frutificaram para o bem embora outras idéias deram e dão frutos perniciosos também. As idéias e os sonhos tocam o mundo, rodam a vida pra frente não deixando nada parado.

Augusto Cury, psiquiatra que estuda a mente humana está semeando suas idéias pelo mundo e, suas vírgulas dão continuidade ao processo de pensar, de criar, mentes pensadoras que as tecnologias modernas estão desestabilizando pois tudo já vem pronto para o consumo. Os pontos que emprega não são finalizações, mas continuidade para uma mente pensante atuar sobre si mesmo, criar seus universo de razões, de emoções, e, utilizar-se das tecnologias e, sinta-las com emoção e racionalização é um dos focos do trabalho de Cury no livro.

O personagem, fictício, bem pode ser real...os acontecimentos, reais, sim. A economia, a indústria, a educação estão levando a mente para o campo perigoso da estagnação, da apatia, da ausência familiar. A falta do diálogo lógico que contesta, que aceita e que encontra o ponto de equilíbrio sumiu, desapareceu. Essa realidade é trabalhada por Augusto Cury com grande beleza, que faz a gente querer ler, querer saber, se instruir, abastecer-se de elementos de luta contra si mesmo.

Se o mundo desabasse sobre você? Eu, hoje desabaria junto. Depois, depois, iria pensar em reação, em recomposição. Mas não seria melhor saber como evitar para poder minimizar os efeitos desse abalo? Os abalos existem e fazem parte da nossa existência, e, nada melhor do que viver com justeza, com simplicidade de pensamento, usufruir da presença familiar, das amizades, da natureza, do céu, do vento da chuva.

Há um convite implícito para que desenvolvamos nossas idéias boas, nossos comportamentos bons...que saibamos usufruir da família de forma a viver um amor pleno, uma saúde plena, uma sociedade justa e mais sustentável, pois a interdependência existe, sim. Ação e reação, só.

O livro tem 272, em primeira edição, da Editora Academia de Inteligência, em novembro de 2010. Um livro que faz rir, chorar, se emocionar e... se questionar, olhar-se sem medo.
MVA
Enviado por MVA em 18/01/2011
Código do texto: T2736974
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