História literária segundo a metodologia de G. Lanson

RESENHA

SILVA, V. M. de Aguiar. História literária segundo a metodologia de G. Lanson. In. ______. Teoria da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1978, p. 510-553.

Vitor Manoel inicia o capítulo 12, fazendo, segundo a ótica de G. Lanson, uma diferenciação entre a História e a História da Literatura. Nesse sentido, a História trabalha com um passado morto enquanto a História da Literatura trabalha com um passado vivo, a própria Literatura. Além disso, admite um método, porém, não deve ser usado de forma absoluta porque atrapalha a análise, por isso, aprova o subjetivismo e o impressionismo para haver um equilíbrio. O Vitor Manuel mostra ainda que Lanson condena o dogmatismo e a idolatria ao autor ou a uma tendência, porque, o crítico pode tomar isso como uma verdade irrefutável de forma que não conseguiria fazer uma análise precisa do texto literário. Mas o que Lanson queria com isso, realmente, era construir uma forma que agradasse tanto os metódicos quando os não-metódicos. Apesar das tentativas de se transportar às ciências naturais para o campo da História Literária, Lenson as rejeitou porque as ciências tendem a elaborar métodos exatos e a Literatura não se comporta dessa forma. Ele continua argumentando que a história da literatura se relaciona com o global, necessita de outras disciplinas e possui a ótica do autor, por isso, o historiador deve seguir certos passos para empreender-se em uma análise, a saber: 1) o conhecimento da bibliografia que vai se estudar; 2) saber a autenticidade da obra; 3) a data da publicação da obra observar as edições e as modificações da obra ao longo do tempo; 4) deve-se analisar o texto pela literariedade e pala linguística para se chegar ao sentido literal, quando então, o historiador passará para o sentido literário. Para isso, dever-se tentar elucidar de forma coerente o que teria levado o autor a elaborar tal texto, para tanto, seria importante inventar a vida dele; é importante levar em consideração a importância da obra e a influência deixada por ela. Com isso, o autor lembra que todo esse trabalho dever ser feito com critérios. E o historiador dever desconfiar sempre de seu trabalho e entender que está relegado ao erro de modo a fazer valer a pena o empreendimento.

A ótica de Lason em relação à análise literária é bem intencionada, porém, muito tendenciosa, porque a interpretação literária supõe métodos bem definidos. Os aspectos negativos são o seguinte: o analista não se pode admitir na análise de um texto as emoções, o que se acredita, os dogmas e nem mesmo dever-se usar o historicismo como base para uma análise, mas o texto deve reportar-se a si mesmo. Os aspectos positivos são: decomposição do texto para uma definição precisa de suas partes e a observação da literariedade. Entre outros aspectos esses são os primordiais para se fazer uma boa análise.

MENEZES, L. F.